Categoria Policia  Noticia Atualizada em 12-07-2012

Família vai tentar reconhecer de novo roupas de engenheira, diz delegado
Segundo titular da DH, emoção de parentes pode influenciar reconhecimento. Após 1º reconhecimento, pais acreditam que itens são de Patrícia Amieiro.
Família vai tentar reconhecer de novo roupas de engenheira, diz delegado
Foto: g1.globo.com

A família da engenheira Patrícia Amieiro vai passar por uma segunda tentativa de reconhecimento das roupas que foram encontradas em um sítio na Estrada de Jacarepaguá, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, durante as buscas pelos restos mortais da jovem desaparecida em junho de 2008. A informação é do delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa.

"A família não reconheceu as roupas. Esse novo reconhecimento vai ser feito por questões de segurança, já que a família está muito abalada e isso pode influenciar no reconhecimento", avaliou o delegado na tarde desta quinta-feira (12), acrescentando que só após essa segunda tentativa é que o material será encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para perícia.

Após a primeira tentativa de reconhecimento do material nesta manhã, Antônio Celso de Franco, pai da engenheira, disse que há possibilidades de que as roupas pertençam à filha. "Tem muita coisa parecida, como uma blusinha e uma calça. Há grandes possibilidade de que essas roupas sejam da Patrícia. Estamos com muita esperança e acho até que as buscas deveriam ser intensificadas depois disso", disse ele, ressaltando que a mãe da jovem ficou muito impressionada com a blusa. "A blusinha tinha tons de roxo e vinho muito parecidos com a que Patrícia usou no dia que sumiu. Mas não podemos afirmar que era dela, pois a roupa está muito suja de lama e o material ainda vai para a perícia", afirmou Antônio.

O reconhecimento foi feito na Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. Antônio foi acompanhado da esposa, Tânia Amieiro, e do filho, Adriano. Desde terça-feira (10), a família acompanha as buscas pela ossada de Patrícia no sítio. Os trabalhos começaram após uma denúncia anônima. No total, cerca de 50 agentes da DH, do Ministério Publico e do Corpo de Bombeiros atuam nas buscas.

O reconhecimento foi feito horas antes da polícia recomeçar as buscas no sítio. Na quarta-feira (11), a delegada assistente da DH, Renata Araújo, disse que não tem prazo definido para terminar as buscas: "Inicialmente havia uma previsão de três dias, mas podemos estender esse prazo", afirmou. Uma retroescavadeira chegou a ser usada no trabalho.

Buscas são retomadas na manhã desta quinta

Na manhã desta quinta, os policiais retomam as buscas pelos restos mortais da engenheira no sítio da Zona Oeste. O proprietário do local foi identificado como Juazieldo Pontes Miguel. Segundo a polícia, ele já foi processado por homicídio em 1985, mas foi absolvido. O proprietário também já respondeu por crime ambiental e porte de arma. Ele ainda não foi encontrado. Agentes da Divisão de Homicídios (DH) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) participam das buscas.

Segundo o promotor Felipe Morais, da 1ª Vara Criminal do MP-RJ, as buscas são difíceis por causa da grande dimensão do sítio, que tem 21 mil metros quadrados, e com terreno bastante acidentado. Segundo ele, as equipes utilizam um radar de solo capaz de identificar se a terra foi remexida a uma profundidade de 10 metros.

"É um equipamento que pode identificar pela compressão do solo se ele foi cavado ou alterado. É nesses locais que vamos concentrar as buscas e tentar localizar o corpo da engenheira. A geografia dificulta o nosso trabalho, pois a vegetação é fechada e o terreno é íngreme. Não temos previsão de término", disse o promotor.

A engenheira está desaparecida há quatro anos, desde o dia 14 de junho de 2008, quando ela voltava de uma festa e seguia para sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. O carro de Patrícia foi encontrado, supostamente com marcas de tiro, dentro do Canal de Marapendi. Quatro policiais militares são acusados da morte e ocultação do corpo.

Denúncia anônima

Uma denúncia anônima levou os investigadores ao sítio localizado na Estrada de Jacarepaguá. Segundo a denúncia, nos fundos do sítio existiria um cemitério clandestino, onde estariam enterrados os corpos de várias vítimas de homicídios. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o sistema de vigilância em funcionamento, com câmeras de segurança. Foram apreendidas duas armas e um caderno de anotações sobre máquinas de bingo.

No matagal, atrás do sítio, os policiais encontraram terra remexida, pedaços de roupa e restos de comida. Todo o material foi levado para a perícia.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir