Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-07-2012

Médica que colou olho de criança no Rio é indiciada por lesão corporal
Laudo do IML feito no bebê confirmou que houve lesão corporal. Cirurgiã alega que houve um acidente na hora de aplicar a cola cirúrgica.
Médica que colou olho de criança no Rio é indiciada por lesão corporal
Foto: g1.globo.com

A médica cirurgiã Raquel Pedrosa, que atendeu um bebê de 1 ano que teve o olho grudado por uma cola cirúrgica em atendimento no Hospital Rios DOr, na Freguesia, na Zona Oeste do Rio, foi indiciada por lesão corporal culposa. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (16) pelo inspetor Renato Conti, oficial de cartório da 41ª DP (Tanque), responsável pelo caso.

O caso ocorreu no dia 3 de julho, depois que Bruno Lima Furtado levou um tombo em casa e teve um pequeno corte no supercílio. De acordo com o inspetor Conti, se condenada, a médica pode pegar de três meses a um ano de prisão. A criança já está em casa e passa bem.

Antes de ser atendida pela cirurgiã, a criança foi encaminhada primeiro para uma pediatra, que disse que Bruno estava bem. A médica usou uma cola cirúrgica no supercílio do menino, só que caiu no olho dele e as pálpebras ficaram grudadas. A médica alega que a cola atingiu o olho do menino acidentalmente.

Ainda segundo o oficial de cartório, o laudo do exame do Instituto Médico Legal (IML) feito na criança confirmou que houve lesão corporal, porém, os peritos não apontam se o ferimento vai deixar sequelas. Por isso, a polícia pediu um laudo complementar, que será feito em até 30 dias.

"O laudo constatou a colagem, agora para aferição se houve deformidade permanente, a criança precisa voltar lá (IML) em 30 dias. O laudo confirma o ferimento por queda no supercílio esquerdo e que foi feito no menino um curativo com cola que acidentalmente escorreu para o olho. O documento também ressalta que após o atendimento oftalmológico não foi constatado comprometimento do globo ocular", disse.

Em depoimento na quarta-feira (11), segundo a polícia, a médica cirurgiã Raquel Pedrosa alegou que houve um acidente no momento da aplicação da cola cirúrgica e que o menino passou a mão no olho durante o procedimento, o que teria feito a cola escorrer. No entanto, os pais da criança alegam que ela estava dormindo o tempo todo.

Ainda de acordo com Renato Conti, o inquérito também será encaminhado para o Conselho Regional de Medicina (Cremerj), para que ele avalie se a médica tem condições de continuar exercendo a função: "Queremos que eles abram um procedimento administrativo para que ele verifiquem se ela pode continuar exercendo a medicina", disse.

A delegada Marta Cavallieri, titular da 41ª DP, deve ouvir nesta segunda-feira a pediatra que fez o primeiro atendimento no menino antes dele ser atendido pela cirurgiã. A investigação, segundo a polícia, já está concluída, e o inquérito deve ser encaminhado ainda nesta segunda para o Juizado Criminal de Jacarepaguá.

No total, de acordo com a polícia pessoas foram ouvidas no inquérito. Além da médica cirurgiã, a delegada também colheu os depoimentos dos pais do menino, da pediatra, do oftalmologista que atendeu a criança um dia após o acidente e de duas coordenadoras do hospital responsáveis pela ligação com o plano de saúde, já que a família teve dificuldades de internar a criança.

Pais foram orientados a passar a noite no hospital

Os pais foram orientados a passar a noite no hospital, para que aguardassem a consulta com um oftalmologista. Mas, segundo a família, o especialista só apareceu cerca de 12 horas depois do combinado.

"As palavras dele (oftalmologista) foram essas: eu acho que sete a 10 dias passando soro fisiológico e gel, que ele receitou, olho vai descolar", disse Fabiano, na época.
O hospital Rios DOr informou que "algumas adversidades no uso da cola cirúrgica podem acontecer, mas que o menino não vai ficar com nenhuma lesão".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir