Confrontos continuavam nesta terça em vários bairros da capital, Damasco.
Comunicado rebelde também estimula militares a abandonarem seus postos.
Foto: g1.globo.com Os rebeldes da Síria anunciaram na noite desta segunda-feira (17) o início de uma operação de grande envergadura, denominada "vulcão de Damasco e terremotos da Síria", no momento em que ocorrem violentos confrontos em diversos bairros da capital.
Segundo o comando conjunto de Homs e o conselho militar do Exército Sírio Livre (ESL), a operação teve início às 20h locais (14h de Brasília), "para responder aos massacres e crimes bárbaros" cometidos pelo regime do presidente Bashar al Assad.
O ESL iniciou o ataque a "todas as delegacias e postos de segurança nas cidades e no campo para provocar violentos combates e obter a rendição" do Exército sírio.
O comunicado convoca os rebeldes a "cercar todos os postos de controle da polícia, do Exército e da milícia shabiha na Síria para atacá-los e eliminá-los".
O ESL também chama os rebeldes a cortar todas as estradas internacionais, "de Aleppo (norte) até Daraa (sul), de Deir Ezzor (leste) até Latakia (costa oeste), para controlar as rotas de abastecimento".
O comunicado também incita à deserção no Exército e anuncia que a rebelião "trabalha pela libertação dos presos".
O ESL destaca que considera "objetivos legítimos" todos os militares estrangeiros no solo sírio e todos os aliados do regime sírio, como o Hezbollah, a milícia xiita libanesa, a Guarda Revolucionária iraniana, as milícias iraquianas e as facções palestinas pró-Assad.
O comunicado também descreve a operação "vulcão de Damasco e terremotos da Síria" como "a primeira etapa estratégica para levar o país a um estado de completa e total desobediência civil".
Entrevistado pela AFP via Skype, o porta-voz do Comando Conjunto do ESL, Kassem Saadeddin, declarou que "o comunicado pode ser considerado como um convite a participar da paralisação da rede rodoviária, impedir os movimentos de tropas do regime e permitir ao ESL que se mova livremente".
Confrontos seguem em Damasco
Alguns bairros de Damasco eram bombardeados novamente nesta terça, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Por sua vez, os rebeldes controlavam a cidade de Talbise (centro), segundo a mesma fonte.
A repressão e os combates custaram a vida de 149 pessoas na segunda-feira - 82 civis, 41 soldados e 26 guerrilheiros -, de acordo com o OSDH, uma organização não governamental com sede na Grã-Bretanha.
Segundo aa ONG, o maior número de mortos foi registrado na cidade de Hama (centro), onde 33 civis perderam a vida nos disparos e combates no bairro Hamdiye.
Os insurgentes anunciaram na noite de segunda-feira em um vídeo que se apoderaram de Talbise, uma cidade da região de Homs perto da fronteira libanesa. O OSDH indicou nesta terça-feira que os guerrilheiros conseguiram controlar "todos os postos de segurança" nesta cidade, que durante um longo tempo foi bombardeada pelas forças regulares.
Fonte: g1.globo.com
|