Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-08-2012

ONG protesta contra mortes de crianças em ações policiais no Rio
A organização não governamental (ONG) Rio de Paz promove ato público na manhã desta sexta-feira em frente à avenida Princesa Isabel, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
ONG protesta contra mortes de crianças em ações policiais no Rio
Foto: noticias.terra.com

O objetivo é protestar contra mortes de pessoas inocentes, especialmente de crianças, em operações policiais nas favelas do Rio. Um lençol branco com 30 m de comprimento foi estendido na areia, manchado de tinta vermelha. Sobre ele, foram colocados brinquedos doados por meninos e meninas de favelas e bairros de classe média da capital fluminense.

Durante um protesto, um cartaz de 2 m de altura e 7 m de largura ficará estendido na praia com o nome de sete crianças vítimas da violência decorrente dos confrontos entre policiais e bandidos. O caso mais recente é o de Bruna, de apenas 10 anos, que há uma semana morreu após ser atingida no abdômen por um tiro de fuzil, ao ser surpreendida no meio de um tiroteio entre traficantes e policiais, na Comunidade Costa Barros, na zona norte da cidade.

O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que a manifestação visa a não deixar o caso cair no esquecimento e sair rapidamente das páginas dos jornais. "É preciso lembrar que está se iniciando um período em que as noticias envolvendo o julgamento do caso que ficou conhecido como mensalão predominarão nos noticiários de todo o País. Mas não menos importante é também chamar a atenção para esses crimes que tiram a vida de crianças e adolescentes em toda a cidade e em particular nas comunidades carentes". A ONG é filiada ao Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (DPI-ONU).

Os participantes do protesto vão pedir ao Poder Público que acompanhe a família da menina Bruna. "São vários os casos de civis inocentes e crianças pobres mortos em operação policial nas favelas e ruas do Rio de Janeiro. Muitas dessas mortes geraram muita comoção pública e debate em seus respectivos momentos, mas pouco se fez pelas famílias das vítimas, e as mortes continuam acontecendo", disse Costa.

A ONG quer que o governo do Rio se pronuncie sobre mais esse acontecimento trágico envolvendo a morte de criança em operação policial. "Mesmo que seja provado que o tiro partiu de um traficante, a tragédia aconteceu em uma ação do Estado, em uma sexta-feira, à luz do dia, em pleno período de férias escolares e com as ruas e vielas repletas de crianças", disse.

A Rio de Paz quer que o governo defina ações para evitar que crimes como esses voltem a acontecer. "Não estamos acusando a polícia de ter matado a Bruna, muito menos intencionalmente. Não estamos também querendo atar o braço da polícia, impedindo-a de prender bandidos que infernizam a vida da população. Não deixamos de reconhecer que há policiais em cadeira de roda e muitos que até mesmo tombaram ao tentar defender a sociedade da ação de criminosos. Mas também não podemos ignorar que a menina morreu durante uma ação do Estado", reforçou.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir