Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-08-2012

Assembleia do Equador condena ameaça a embaixada em Londres
Parlamento rejeitou ameaça de uso de força para retirar Assange. País concedeu asilo diplomático ao fundador do WikiLeaks nesta quinta.
Assembleia do Equador condena ameaça a embaixada em Londres
Foto: g1.globo.com

A Assembleia Nacional do Equador condenou na madrugada desta sexta-feira (17) o que chamou de "ameaças" da Grã-Bretanha contra a sede diplomática equatoriana em Londres, onde se encontra refugiado o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange.

Em uma nota oficial, o parlamento equatoriano "condena e rejeita as ameaças de uso da força do governo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, ao pretender invadir a Embaixada do Equador em Londres, já que isso constituirá um atentado à soberania nacional".

A Assembleia, que também expressou seu apoio "às ações empreendidas pelo governo equatoriano para defender sua soberania", recomendou ao governo de Quito que "solicite uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU" devido à posição britânica sobre a inviolabilidade da sede diplomática.

Os legisladores equatorianos também convocaram as autoridades britânicas a "encontrar soluções diplomáticas a qualquer tipo de controvérsia internacional".

O governo equatoriano anunciou na quinta-feira (16) a concessão de asilo diplomático para Assange, cuja deportação foi pedida pela Suécia para que responda acusações por crimes sexuais.

Refúgio
Assange, que está refugiado no prédio da embaixada equatoriana em Londres desde junho, disse que o anúncio foi "uma vitória importante".

O australiano de 41 anos é fundador do WikiLeaks, organização responsável pela divulgação de documentos, fotos e informações secretas de governos e empresas.

Ele é investigado pelos Estados Unidos por espionagem, após ter divulgado no site despachos confidenciais do Departamento de Estado, incluindo dados sobre as Guerras do Iraque e do Afeganistão.

O vazamento, ocorrido a partir de 2010 e repercutido pela imprensa de vários países, deixou em situação incômoda o serviço diplomático americano e de outros países.

Assange refugiou-se na Embaixada do Equador, em Londres, no dia 19 de junho.

Ele tenta evitar sua extradição à Suécia, onde é procurado pela Justiça para ser ouvido sobre acusações de agressão sexual e estupro.

Ele teme que a Suécia possa entregá-lo aos Estados Unidos, onde responderia pela divulgação dos documentos oficiais.

"Caso aconteça uma extradição para os Estados Unidos, o senhor Assange não terá um julgamento justo, poderá ser julgado por tribunais especiais ou militares, e não é inverossímil que receba um tratamento cruel e degradante, e que seja condenado à prisão perpétua ou à pena capital, com o que não seriam respeitados seus direitos humanos", disse Patiño na sede da chancelaria equatoriana.

Reino Unido "desapontado"
Pouco após o anúncio equatoriano, o Reino Unido se disse "desapontado" com a decisão e afirmou que pretende levar adiante a decisão de extraditar Assange.

O governo britânico falou que continua tentando uma "solução diplomática" para o caso, e o impasse prosseguia.

O chanceler William Hague disse que o Reino Unido não reconhece o asilo diplomático, mas não vai invadir o prédio atrás de Assange.

Saída difícil
Mesmo com o asilo já concedido, Assange tem poucas chances de deixar a embaixada do Equador em Londres sem ser preso.

Há especulações de que ele poderia ir a um aeroporto em carro diplomático, ser "contrabandeado" em uma mala diplomática, ou mesmo ser nomeado diplomata equatoriano para que consiga imunidade.

Mas advogados e diplomatas dizem que esses cenários são impraticáveis.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir