Categoria Policia  Noticia Atualizada em 20-08-2012

Tiroteio que matou menina na Zona Norte também deixou morador ferido
A menina Yasmin de Moura Camilo, de 6 anos, não foi a única vítima do tiroteio na Zona Norte, no fim da noite deste domingo.
Tiroteio que matou menina na Zona Norte também deixou morador ferido
Foto: odia.ig.com.br

Um pintor identificado como Anderson Freitas de Souza, de 34 anos, foi baleado de raspão no joelho direito. Ele foi levado para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e recebeu alta na manhã desta segunda-feira. Eles foram alvejados no Conjunto das Casinhas, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe.

Yasmin de Moura Camilo foi atingida na cabeça com um tiro de fuzil. "Ela pediu R$ 1 à mãe para brincar no pula-pula. Quando estava indo, começou o tiroteio e ela foi atingida", disse o pai da vítima, o garçom Antônio Severino, que tem outros 9 filhos.

Moradores da comunidade dizem que as ações policiais são frequentes na região. "Um veículo blindado entrou na favela atirando. Isso é comum por aqui", disse um morador, que preferiu não se identificar.

PM diz que não fez operação

A Polícia Militar informou, na manhã desta segunda-feira, através de nota, que policiais do 41º BPM (Irajá) não realizavam qualquer operação em Costa Barros e comunidades do entorno. De acordo com a PM, um blindado da unidade estava estacionado na Estrada do Camboatá, intensificando o patrulhamento com o objetivo de reprimir o roubo de veículos.

Um motorista que passava pelo local avisou aos policiais que perto dali havia cerca de 30 de bandidos tentando fechar a rua. O blindado foi deslocado para o local e recebido a tiros, mas não houve revide por parte dos militares. Segundo o comandante do 41º BPM, tenente-coronel Carlos Eduardo Sarmento, os policiais não dispararam qualquer tiro. Logo após, foram informados de que uma menina estava ferida.

De imediato, os PMs levaram a criança para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros e transferida para o Hospital Souza Aguiar, veio a falecer. Na delegacia a guarnição disponibilizou as armas para o delegado. A criança não tinha certidão de nascimento e familiares tentam agilizar a parte burocrática para realizar o sepultamento.

Estudante morre durante operação do Bope em Benfica

Elizeu Santos Trigueiro da Silva, de 15 anos, morreu durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Favela do Arará, em Benfica, na noite da última sexta-feira. Os pais do jovem pretendem processar o estado.

Revoltados, eles acusam agentes da corporação de terem assassinado Elizeu com tiros de fuzil na testa, no rosto e no tórax. O corpo do adolescente foi enterrado na manhã deste domingo, no Cemitério do Caju.

"Não vamos deixar essa covardia passar em branco. O estado não pode invadir nosso espaço para matar nossos filhos, sem ao menos pedir a identificação", desabafou João Batista Trigueiro da Silva, 42, pai do adolescente.

Durante o enterro, acompanhado por cerca de 80 pessoas da comunidade, a diarista Áurea Cristina da Silva Santos, 41, mãe de Elizeu, também disse querer justiça.

"Meu filho pediu para jogar a chave, e eu joguei, mas aqueles policiais com o diabo no corpo o mataram covardemente", repetia, aos prantos.

Áurea conta que, por volta das 23h30 de sexta-feira, o filho, que estava numa festa no apartamento de um vizinho, foi em casa pegar gelo. Ele gritou para que a mãe jogasse a chave e, ao abaixar para apanhá-la, teria sido surpreendido por PMs.

Ao ver o desespero de Áurea, que assistiu à execução da janela do terceiro andar, um dos policiais ainda teria atirado contra ela. O disparo fez um rombo no teto do apartamento.

Pelo Twitter, no sábado, o Bope alegou ter encontrado o jovem ferido e o levado para o Hospital Geral de Bonsucesso. As armas dos PMs foram recolhidas para perícia.

A Delegacia de Homicídios (DH) assumiu a investigação da morte do estudante, no lugar da 21ª DP (Bonsucesso). Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a especializada fará reconstituição do crime.



Fonte: odia.ig.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir