Categoria Policia  Noticia Atualizada em 23-08-2012

Corpo do primo do ex-goleiro Bruno é sepultado em Minas Gerais
O corpo de Sérgio Rosa Sales, 24 anos, primo do ex-goleiro Bruno e uma das principais testemunhas da morte de Eliza Samudio, em 2010, foi sepultado nesta quinta-feira no Cemitério da Saudade.
Corpo do primo do ex-goleiro Bruno é sepultado em Minas Gerais
Foto: odia.ig.com.br

O corpo de Sérgio Rosa Sales, 24 anos, primo do ex-goleiro Bruno e uma das principais testemunhas da morte de Eliza Samudio, em 2010, foi sepultado nesta quinta-feira no Cemitério da Saudade, região leste da capital mineira. Emocionados, parentes e amigos não deram declarações. Estela Souza, avó de Sérgio e do goleiro, acompanhou o cortejo.

Queima de arquivo é uma das hipóteses que a Polícia Civil de Minas Gerais vai investigar como causa da morte. Sérgio, também acusado pela morte de Eliza, foi executado nesta quarta-feira de manhã com seis tiros de revólver calibre 38 quando saía de casa, no bairro de Minaslândia, Região Norte de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele estaria trabalhando como pedreiro. A mãe da vítima desmaiou ao ver o corpo do filho.

Sérgio respondia ao processo pelo sumiço de Eliza em liberdade há um ano, após ganhar o benefício por colaborar com a Justiça. Admitiu estar no local do crime no dia em que Eliza foi morta e revelou detalhes dos últimos momentos dela e como foi executada.

O assassino de Sérgio não foi identificado. Ele chegou ao local de moto, usando capacete, e atirou. Segundo testemunhas, o criminoso chegou a chamá-lo de estuprador.

Após os primeiros disparos, ele correu e entrou em casa na tentativa de se esconder, mas o assassino teria recarregado a arma e continuado a atirar. Para os policiais, o crime pode ter sido encomendado, e os gritos de "estuprador" seriam para não ligar a morte ao caso Bruno.

Os policiais ponderaram, no entanto, que ainda não podem concluir se o crime tem relação com o desaparecimento da ex-amante do jogador, com quem o goleiro teve um filho.

"É bastante precoce afirmar que se trata de queima de arquivo, mas ela ganha força porque Sérgio prestou informações relevantes para o esclarecimento da autoria do assassinato de Eliza Samudio", explica o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Wagner Pinto.

A polícia vai refazer os últimos passos da vítima em busca de vestígios que possam levar ao assassino.

Sérgio respondia por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza com Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do jogador, também preso.

Ameaça a ele e a advogado

Em depoimento, pouco após a morte de Eliza, Sérgio contou que havia sido ameaçado por Macarrão, apontado como um dos mentores do crime. Ele teria dito a Sérgio que se ele falasse algo, teria o mesmo fim de Eliza.

Em outubro de 2010, Marco Antônio Siqueira, advogado da vítima, revelou que foi ameaçado e saiu do caso. Na ocasião, Siqueira afirmou que Sérgio também havia recebido ameaças. Mas em dezembro, voltou a defendê-lo.

Por carta, a vítima alegou que foi pressionada por advogados a mentir na audiência e que o então delegado Edson Moreira havia indicado Siqueira para defendê-lo. Solto, Sérgio não pediu proteção.

Para delegado, é "queima de arquivo"

Delegado à frente do Departamento de Investigações de Homicídios e de Proteção à Pessoa na época do crime contra Eliza, Edson Moreira acredita que Sérgio tenha sido morto como queima de arquivo: "Ele era co-autor do crime e testemunha importante. A defesa tinha que ter pedido proteção e a Justiça deveria tê-lo monitorado com tornozeleira. No caso dele, eu nem sairia de casa".

Para o advogado de Bruno, Rui Pimenta, a morte de Sérgio não tem relação com a de Eliza. "Foi um fato isolado", disse, informando que o outro advogado, Franscisco Simim, se encontrará hoje com Bruno.

"Ele gostava muito desse menino", disse Pimenta.Eliezer de Almeida, que defendeu Jorge Luiz Rosa, na época com 17 anos, também primo de Sérgio e de Bruno, apreendido por envolvimento na morte de Eliza, concorda com Pimenta e disse não temer pela vida do menor.

O jovem pode ser posto em liberdade agora porque já cumpriu dois dos três anos de medida sócio-educativa e tem bom comportamento.

Batalha na justiça

A batalha entre Eliza e Bruno começou quando a ex-modelo afirmou que o filho que esperava era dele. Na época, Eliza registrou queixa na polícia contra o atleta denunciando que ele a teria dopado e dado abortivos.

A criança nasceu em 2010 e Eliza exigiu que Bruno reconhecesse o filho. Em junho daquele ano, ela desapareceu. Segundo a Polícia Civil, Bruno teria planejado o assassinato dela. Esse ano, a Justiça reconheceu Bruninho como filho do ex-goleiro.

Bruno e outras oito pessoas, entre eles Sergio, foram presas pela acusação de envolvimento na morte da modelo. Ao longo do processo, cinco foram soltas. Só ficaram detidos Bruno, Macarrão e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Eles vão a júri popular.

Relato de Sérgio deu pistas para o crime

-Reconstituição

Sérgio (foto) participou da reconstituição da morte de Eliza no sítio de Bruno em Esmeraldas, Minas Gerais.

Dos oito acusados do crime, ele foi o único convocado e deu detalhes sobre os últimos momentos de vida dela. Mas depois alegou ter sido torturado pelos policiais para dar informações.

-Relato

Ele viu Eliza pela primeira vez dia 8 de junho, véspera da morte, na porta da sala da casa do sítio. Ele estava com Macarrão, que ordenou que ele não entrasse.

-Eliza

Segundo ele, Eliza estava no sofá, tinha ferimento na cabeça e segurava o bebê. Não havia ninguém com ela.

-Proibição

Macarrão não o deixava entrar enquanto Eliza estivesse na casa, e por isso ele dormia em quarto anexo. Sergio achou estranha a atitude.

-Dia do crime

Na noite do dia 9 de junho de 2010, quando Eliza foi levada do sítio, Bruno saiu às 19h em Fiat Uno. Duas horas depois, Macarrão e o menor apareceram com Eliza e o bebê. Macarrão carregava mala vermelha. Todos entraram em EcoSport alegando que iam passear.

-"Já era"

Às 3h, o menor, Bruno e Macarrão chegaram sem o bebê. Macarrão e o menor, segundo Sérgio, queimaram a mala vermelha. Bruno chegou e conversou com os dois. Sergio perguntou por Eliza e o menor disse : "Já era".

-A morte
Segundo o primo de Bruno, o menor relatou a ele que Bola mandou Eliza virar de costas e ela disse que não queria mais apanhar.

Então, Bola falou que ela iria morrer e deu uma gravata. O corpo teria sido esquartejado e jogado aos cães. Sergio disse que perguntou a Bruno porque não resolveu na Justiça e ele teria dito: "Agora já está feito".



Fonte: odia.ig.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir