Categoria Policia  Noticia Atualizada em 23-08-2012

Com medo de Elize, reverendo pediu para Marcos Matsunaga mudar segredo de quarto com armas
Religioso contou que havia notado sinais de esquizofrenia na acusada antes do crime
Com medo de Elize, reverendo pediu para Marcos Matsunaga mudar segredo de quarto com armas
Foto: noticias.r7.com

O reverendo da Igreja Anglicana frequentada por Marcos e Elize Matsunaga, afirmou � em depoimento � pol�cia � que teria aconselhado o executivo da Yoki a preparar um "sistema emergencial psiqui�trico" para a mulher. No registro de seis p�ginas que consta no processo do caso, o religioso afirma que Elize "poderia estar enfrentando um quadro de paranoia (alucina��es), ou seja, tinha vis�es e ouvia vozes", e que esta situa��o poderia evoluir para uma esquizofrenia.

A suspeita foi levantada pela testemunha � que tamb�m � doutor e p�s-doutor em psicologia � em 2011, ap�s uma visita para "aben�oar os c�modos" do apartamento dos Matsunaga, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista.

O relato foi feito � pol�cia em 4 de junho, dois dias antes de a bacharel em direito e ex-garota de programa confessar ter assassinado e esquartejado o marido. Na ocasi�o, o reverendo que oferecia "orienta��o espiritual para o casal" j� cogitava o envolvimento de Elize no crime, ocorrido em 19 de maio.

O religioso diz ter notado, tanto na mulher quanto no empres�rio, algum tipo de medo que n�o soube identificar. Ele foi o respons�vel por celebrar o casamento de Elize e Marcos e pelo batizado da filha do casal.

Em seu depoimento � pol�cia, o homem contou que, no dia 20 de abril deste ano, recebeu um e-mail de Elize em que ela se queixava do marido, dizendo que o casamento havia terminado e que receava pela pr�pria vida. Seis dias depois, o reverendo diz ter recebido um e-mail de Marcos, no qual o executivo pedia para conversar.

Trai��o e surtos

Segundo o religioso, em uma conversa com Marcos no dia 29 de abril, o executivo novamente mencionou problemas no casamento e contou que a mulher o acusava de trai��o. Ele chegou a comentar que Elize havia interceptado um e-mail endere�ado a outra mulher. Na ocasi�o, Marcos negou a trai��o � o que veio � tona mais tarde �, dizendo que Elize andava "perturbada".

De acordo com o reverendo, Marcos comentou que Elize, antes de conhec�-lo, "havia passado por surtos" e "tomado medica��o psicotr�pica".

Ainda no dia 29 de abril, o reverendo diz ter presenciado uma discuss�o por telefone entre Marcos e Elize que fez sua d�vida sobre o estado cl�nico da mulher de Matsunaga diminuir ainda mais. Diante disso, segundo contou � pol�cia, o reverendo decidiu dar tr�s conselhos a Marcos.

Al�m do "sistema emergencial psiqui�trico", considerando "uma poss�vel necessidade de interna��o" com a finalidade de proteger Elize de si mesma, o religioso sugeriu que o empres�rio contasse para os pais o que estava acontecendo. Recomendou tamb�m "para evitar uma poss�vel trag�dia, que a fechadura do quarto de armas fosse inutilizada". Os conselhos teriam sido seguidos pelo executivo.

"Aus�ncia de emo��o"

O membro da Igreja Anglicana contou � pol�cia ainda que, ap�s o desaparecimento de Marcos em 20 de maio, chegou a enviar e-mails para ele e, como n�o obteve resposta, imaginou que o pior tivesse acontecido.

Mesmo ap�s a informa��o de que partes do corpo do executivo haviam sido encontradas, o reverendo mandou um e-mail para Elize. A mulher teria respondido, afirmando que haviam encontrado um corpo, v�tima de homic�dio, com um tiro na cabe�a e que a fam�lia estava muito abalada.

O religioso comentou que Elize teria dito na mensagem de resposta:

"Ainda bem que a fam�lia quer que o assunto seja tratado com sigilo, porque assim n�o precisa contar a hist�ria v�rias vezes."

No depoimento, o reverendo afirmou, por fim, que "notou aus�ncia de emo��o por parte dela [Elize], comum em um quadro de psicose". Disse que fatores culminaram no "estado descompensado" de Elize e que acreditava que ela "� uma pessoa que tem um lado muito bom, mas que foi levada para muito al�m dos limites do seu suport�vel, quadro esse agravado por n�o ter com quem conversar".



Fonte: noticias.r7.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir