Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 23-08-2012

Hospital da Grande Natal tem atendimento ortopédico suspenso
Cooperativa Médica do RN diz que trabalha há duas semanas sem contrato. Débitos do Estado com a Coopmed chegam a quase R$ 2 milhões.
Hospital da Grande Natal tem atendimento ortopédico suspenso
Foto: g1.globo.com

O atendimento médico de ortopedia no Hospital Estadual Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, foi suspenso na manhã desta quinta-feira (23). A prestação dos serviços, terceirizada pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), através da Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte (Coopmed), estava sendo realizada sem contrato desde o dia 8 de agosto. Os médicos decidiram suspender os procedimentos em assembleia realizada nesta quarta-feira (22).

Em nota, a assessoria de comunicação da Sesap, esclareceu que o processo para assinatura de um novo contrato com a Cooperativa dos Médicos está na Procuradoria Geral do Estado e que deverá retornar até esta sexta-feira à Secretaria. A Sesap previu que a situação esteja regularizada em até oito dias. Em relação ao pagamento do mês de junho, a Sesap afirmou que os documentos encontram-se no Setor de Auditoria do órgão e que estes seriam encaminhados ainda hoje para a Coordenadoria Financeira, que despachará a papelada para a Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), que realizará o pagamento.

O Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena realiza atendimentos e procedimentos de traumatologia. Hoje, de acordo com o presidente da Coopmed, Fernando Pinto, 68 pacientes estão internados no Setor de Ortopedia e 130 aguardam por cirurgia.

A suspensão dos serviços no hospital poderá, assim como ocorreu em outras suspensões, aumentar o número de pacientes nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, que é referência em urgências e emergências ortopédicas. "O Deoclécio Marques desafoga o Walfredo Gurgel em relação aos atendimentos de ortopedia. Nas próximas 48 horas, o resultado da suspensão começará a ser sentido", ressaltou Fernando Pinto.

"O maior problema nem é o atraso em si, mas sim a ausência de contrato. Nós comunicamos à Sesap, mas a burocracia é maior. Nós demos um prazo, pois a Sesap nos disse que em uma semana estaria tudo resolvido, mas não foi", relatou o presidente. Ele comentou, ainda, que a Secretaria da Saúde Pública perdeu o prazo da licitação e, por isto, teve que renovar o contrato com a Cooperativa de forma emergencial. "As negociações para um novo contrato, via abertura de licitação, estão paradas", afirmou o presidente.

Além disso, os médicos cooperados cobram o pagamento de dívidas atrasadas que chegam a R$ 1,9 milhão. De acordo com o Setor Administrativo da Coopmed, são R$ 457 mil referentes aos atendimentos de média e alta complexidade do mês de junho e mais R$ 1,5 em plantões dos meses de junho e julho. A escala de Ortopedia do Hospital Deoclécio Marques é formada por 20 profissionais que realizavam cerca de 270 cirurgias e 2 mil atendimentos ortopédicos por mês.

Há cerca de duas semanas, conforme declarações de Fernando Pinto, a Sesap informou à Coopmed que o processo para renovação do contrato com os médicos ortopedistas estava sendo analisado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Como o Estado perdeu os prazos para abrir licitação para a contratação dos serviços, terá que renovar o contrato de forma emergencial.

O presidente da Coopmed alertou para um outro problema. "O contrato da Coopmed vencerá no próximo dia 27 de agosto. Até agora, a Sesap não sinalizou a respeito da assinatura de um novo contrato. Estamos diante de um grande problema", ressaltou Fernando Pinto.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir