Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-11-2012

Brasileiros em Gaza e Israel relatam medo da guerra
A carioca Leila Shahin, que vive na Cidade de Gaza, e o paulista Leonardo Mandelbaum, que mora em Ashkelon, no sul de Israel, quase n�o dormem desde o inicio da chamada Opera��o Coluna de Nuvem, na �ltima quarta feira.
Brasileiros em Gaza e Israel relatam medo da guerra
Foto: terra.com.br

Em conversas com a BBC Brasil, ambos descrevem experi�ncias de extrema tens�o em consequ�ncia da situa��o de viol�ncia que est�o acompanhando.

"J� faz quatro dias que minha casa treme constantemente, as paredes tremem, as janelas tremem, at� a cama treme", diz Shahin, 39 anos. Shahin, que tem uma filha de um ano de idade, conta que desde que os bombardeios israelenses � Faixa de Gaza come�aram, resolveu se mudar para a casa da fam�lia de seu marido.

"Junto com a fam�lia me sinto mais segura. A situa��o aqui est� insuport�vel", diz. "Daqui da nossa casa podemos ver as explos�es, o barulho � terr�vel, parece que o mundo vai acabar. A casa da minha vizinha foi destru�da e toda a fam�lia dela se mudou para a casa de parentes. Uma mesquita tamb�m foi destru�da", conta.
Mart�rio

Durante a madrugada deste s�bado, o Ex�rcito israelense bombardeou 200 alvos na Faixa de Gaza, inclusive o pr�dio da sede do governo do Hamas e o minist�rio do Interior.
O governo israelense autorizou o recrutamento de 75 mil soldados da reserva, mais de sete vezes o n�mero que foi recrutado na ofensiva de 2008-9, quando 10 mil reservistas foram recrutados. Segundo analistas militares, as tropas israelenses est�o se preparando para uma invas�o terrestre � Faixa de Gaza.

"Tenho esperan�a que tudo isso acabe logo", diz Shahin. "N�o � poss�vel que haja uma invas�o terrestre, o mundo n�o vai deixar que o que aconteceu em 2008 se repita", afirma. "H� um criador l� em cima que vai tomar conta de n�s, n�o vai permitir que isso aconte�a", diz.

"A gente quer viver, estudar, ter uma vida normal. Eu ainda quero terminar de decorar o Alcor�o, j� decorei a metade. Tamb�m ainda quero fazer a peregrina��o a Meca, ainda n�o peregrinei", comenta. "Mas se tiver que morrer, vou morrer no mart�rio, que � uma morte pela causa divina, e n�o uma morte � toa, como a morte de um rato ou de uma barata".
Dias dif�ceis

Do outro lado do conflito, a 14 km de Gaza, se encontra o brasileiro Leonardo Mandelbaum, 57 anos. Mandelbaum, que mora na cidade de Ashkelon, diz � BBC Brasil que os �ltimos dias "t�m sido muito dif�ceis".

"J� perdi a conta de quantas vezes tive que correr para o abrigo antia�reo quando soaram os alarmes, pelo menos 30 vezes, tanto em casa como no trabalho, tanto de dia como de noite", relata.

Desde o inicio dos confrontos, grupos palestinos - Hamas, Jihad Isl�mico, Comit�s de Resist�ncia Popular e fac��es salafistas - lan�aram cerca de 650 foguetes contra cidades israelenses, atingindo principalmente o sul do pa�s. Ashkelon, que fica perto da Faixa de Gaza, � uma das cidades mais afetadas pelo clima de tens�o.

Os filhos de Mandelbaum moram no norte de Israel, em regi�es "mais seguras" e ele mora em um apartamento junto com a mulher. O casal possui o chamado "espa�o protegido" no pr�prio apartamento. Desde a Guerra do Golfo, em 1991, a lei em Israel obriga a constru��o de um quarto refor�ado contra ataques dentro de cada apartamento. Esses quartos t�m paredes mais resistentes e janelas de ferro.
Terroristas
Mandelbaum, que se mudou para Israel h� 10 anos, j� passou por uma experi�ncia parecida durante a ofensiva israelense � Faixa de Gaza, de dezembro de 2008 a janeiro de 2009. "Mas agora o n�mero de foguetes que est�o sendo lan�ados contra nossa cidade � muito maior", diz.
"Gostaria que houvesse paz, mas infelizmente os terroristas est�o querendo liquidar com o Estado de Israel e n�o temos com quem negociar", afirma. "Essa situa��o faz meu estado de espirito ficar muito ruim. Tudo que quero � viver em paz", diz.

Para com Mandelbaum, a opera��o militar de Israel na Faixa de Gaza n�o vai "resolver" o problema. "Mas eles (os grupos armados palestinos) est�o cada vez mais armados, agora j� t�m at� misseis que podem alcan�ar Tel Aviv e Jerusal�m, e de quando em quando � necess�rio destruir esse arsenal todo", observa. "Tudo isso � muito triste, porque morre muita gente inocente, a maioria do povo (palestino) � gente inocente, que n�o tem nada a ver com isso", diz.

At� a manh� deste s�bado, os j� haviam deixado ao menos 39 mortos do lado palestino e 3 mortos do lado israelense. Tanto o governo israelense como a lideran�a do Hamas afirmam que os confrontos ainda est�o "longe do fim".

Fonte: terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir