Categoria Politica  Noticia Atualizada em 19-11-2012

Procuradoria pede 80 anos de prisão para Cachoeira
O Ministério Público Federal de Goiás pediu uma pena de 80 anos de prisão para o empresário Carlos Cachoeira, acusado de exploração de jogo ilegal e corrupção de agentes públicos.
Procuradoria pede 80 anos de prisão para Cachoeira
Foto: bahianoticias.com.br

A pena é baseada nas acusações de corrupção, formação de quadrilha armada e acesso indevido a informações sigilosas, crimes que, segundo os procuradores, teriam sido cometidos em 17 diferentes ocasiões. Os 80 anos são uma média das penas sugeridas. O bicheiro está preso desde 29 de fevereiro, acusado de arquitetar o esquema criminoso que originou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, culminando na cassação do então senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Entrando na semana decisiva, o processo judicial contra o empresário receberá as alegações finais da defesa, passo anterior à proclamação da sentença. "O Supremo Tribunal Federal está julgando o que o Ministério Público chamou de o mais grave e ousado esquema de corrupção que existiu no País e a maior pena foi de 40 anos. Nenhum dos réus foi preso durante o processo. Estão brincando de direito penal com meu cliente", afirmou o advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões. Ele se refere ao julgamento do mensalão, que condenou 25 réus, entre eles Marcos Valério (40 anos e quatro meses de prisão). O deputado Odair Cunha (PT-MG) apresenta amanhã seu relatório final na CPI e irá confirmar que a empreiteira Delta, que tem contratos com o governo federal, foi usada lavagem de dinheiro, com o apoio de políticos.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir