Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-11-2012

À espera de mediação do Egito, Israel adia ofensiva terrestre em Gaza
Obama decidiu enviar a secretária Hillary Clinton à região para negociar. Israel poderia aliviar o bloqueio ao território palestino, diz imprensa local.
À espera de mediação do Egito, Israel adia ofensiva terrestre em Gaza
Foto: dci.com.br

Israel decidiu adiar uma possível ofensiva terrestre na Faixa de Gaza para dar uma oportunidade à tentativa da diplomacia do Egito de obter uma trégua entre o Hamas e Israel, depois de seis dias de bombardeios israelenses no território palestino que deixaram mais de 100 mortos, principalmente do lado palestino.

Mas os lançamentos de foguete prosseguiram, de lado a lado, nesta terça-feira (20).
"Tomamos a decisão de suspender provisoriamente qualquer projeto de ofensiva terrestre para dar todas as oportunidadesáde êxito aos esforços diplomáticos", disse à France Presse uma fonte israelense após a reunião, na noite da véspera, do gabinete de segurança restrito do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Abordaram o estado dos esforços diplomáticos e da operação militar", completou a fonte, que pediu anonimato.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu enviar a secretária de Estado, Hillary Clinton, que está em Phnom Penh, a Israel, Egito e Ramallah, em uma iniciativa para tentar conter a escalada da crise.

Na segunda-feira à noite, a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, anunciou que Washington não aprovará um texto do Conselho de Segurança que prejudique, na visão do país, os esforços para um cessar-fogo em Gaza.

A Rússia acusou os Estados Unidos de uma tentativa de obstruir a iniciativa.
Segundo a imprensa israelense, o país deseja observar uma trégua de 24 a 48 horas para que as partes possam elaborar um cessar-fogo duradouro.

Israel poderia ainda aliviar o bloqueio da Faixa de Gaza, um dos pedidos dos palestinos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que está no Cairo, pediu a todas as partes no conflito de Gaza a interrupção imediata da violência, que segundo ele ameaça toda a região.

Mais ataques
Militantes do Hamas disseram ter disparado 16 mísseis contra a cidade de Beersheba, no sul de Israel, nesta terça, após o Exército de Israel ter alvejado cerca de 100 locais em Gaza durante a noite, incluindo um armazém de munição e a sede do Banco Nacional Islâmico.
Cerca de 110 palestinos morreram em uma semana de conflito, a maioria deles civis, incluindo 27 crianças, segundo fontes médicas e de segurança locais. Três civis israelenses morreram na semana passada vítimas dos foguetes disparados em Gaza

Como começou?
No dia 14 de novembro, uma operação militar israelense matou o chefe do braço militar do grupo Hamas na Faixa de Gaza, Ahmed Jaabali. Segundo testemunhas, ele dirigia seu carro quando o veículo explodiu. Seu guarda-costas também morreu.

Israel afirma que Jaabali era o responsável pela atividade "terrorista" do Hamas - movimento islâmico que controla Gaza - durante a última década. Após a morte, pedidos imediatos por vingança foram transmitidos na rádio do Hamas e grupos militantes menores alertaram que iriam retaliar. "Israel declarou guerra em Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências", disse a Jihad Islâmica.

No dia seguinte à morte de Jaabali, foguetes disparados de Gaza mataram três civis israelenses, aumentando a tensão e ampliando o revide aéreo de Israel - que não descarta uma operação por terra. Os bombardeios dos últimos dias, que já atingiram a sede do governo do Hamas na operação chamada de "Pilar defensivo", são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão realizada há quatro anos na região, que deixou 1.400 palestinos mortos e 13 israelenses.

Acredita-se que a metade dos mortos sejam civis, o que desperta críticas à ação de Israel. O país alega que os membros do Hamas se escondem entre a população civil.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir