Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-11-2012

Atentados matam 35 no Paquistão
Os talibãs reivindicaram a maioria dos atentados de quarta-feira que mataram 35 pessoas e deixaram dezenas de feridos no Paquistão, onde começa nesta quinta-feira uma reunião de cúpula de oito países muçulmanos emergentes.
Atentados matam 35 no Paquistão
Foto: AFP

Os talibãs paquistaneses, que integram a rede extremista Al-Qaeda, são os principais responsáveis pela violenta campanha de atentados, em sua maioria suicidas, que provocaram mais de 5.200 mortes no país desde 2007.

As ações têm como alvos símbolos da autoridade do Estado, mas os xiitas também são alvos frequentes dos ataques.

Na quarta-feira várias bombas explodiram no país, uma delas durante uma procissão da minoria xiita, um ataque que deixou 23 mortos e 62 feridos em Rawalpindi, no subúrbio de Islamabad, onde nesta quinta-feira acontece a reunião de cúpula do D-8 (Desenvolvimento 8) com vários chefes de Estado e Governo, incluindo os do Irã e da Turquia.

"O homem-bomba detonou a bomba quando oficiais de segurança o controlavam na procissão xiita, que seguia para uma mesquita de uma bairro popular", declarou o chefe de polícia municipal Azhar Hameed Khokhar.

"Temíamos um atentado e estávamos em estado de alerta máximo", completou.
Este foi o atentado mais violento cometido no Paquistão desde junho, o mais letal desde fevereiro contra a minoria xiita, que representa menos de 20% da população do país muçulmano de 180 milhões de habitantes, onde o fundamentalismo religioso permanece em alta.

Atentados também aconteceram em Quetta, capital da instável província de Baluchistão (sudoeste), onde existe uma insurreição local, assim como em Bannu e Shangla, noroeste do país, perto da fronteira afegã, e em Karachi, a megalópole do sul do país. Os ataques provocaram um total de 35 mortos.

"Reivindicamos a responsabilidade de todos os ataques com exceção do atentado de Quetta", afirmou Ehsanullah Ehsan, porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan, o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), organização fundada em 2007 e que combate o governo paquistanês.

Os atentados de Karachi e Rawalpindi tiveram como alvos a minoria xiita, que pretendia respeitar o luto da Ashura, o dia mais importante de seu calendário religioso, enquanto os alvos dos demais ataques foram as força de segurança.

"Cometemos os ataques de Karachi e Rawalpindi porque a comunidade xiita ofende o profeta Maomé", afirmou o porta-voz do TTP, grupo que também havia reivindicado a tentativa de assassinato, em outubro, da jovem militante Malala Yusafzai, que defende o direito à educação das mulheres. Os atentados aconteceram no momento em que o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, que governa o principal país de maioria xiita, e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan eram esperados, entre outras personalidades, na capital paquistanesa para a reunião do D-8. Criado em 1997, o D-8 aspira reforçar a cooperação econômica entre oito grandes países muçulmanos (Indonésia, Malásia, Bangladesh, Paquistão, Irã, Turquia, Egito e Nigéria) que totalizam mais de um bilhão de habitantes. O Paquistão, que está na linha de frente da "guerra contra o terrorismo" e é acusado de ser um santuário de grupos vinculados à Al-Qaeda, queria justamente melhorar sua imagem internacional ao organizar o evento. O objetivo oficial de Islamabad era fortalecer os vínculos comerciais entre estes países muçulmanos com economias emergentes, mas o confronto armado entre Israel e o grupo radical Hamas, que em oito dias matou 155 palestinos e cinco israelenses, pode monopolizar parte dos debates. Israel e Hamas anunciaram um acordo de cessar-fogo, mediado pelos esforços diplomáticos do Egito e dos Estados Unidos.

Fonte: AFP
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir