Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-11-2012

Máscara de Zé Dirceu é excluída de desfile da Salgueiro no Rio
O ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como o chefe do mensalão, seria retratado no próximo carnaval pela escola de samba Salgueiro, que vai apresentar o enredo "Fama" no sambódromo do Rio de Janeiro
Máscara de Zé Dirceu é excluída de desfile da Salgueiro no Rio
Foto: bahianoticias.com.br

Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, o petista teria seu rosto reproduzido em máscaras da fantasia "Quem vê cara não vê coração". Além da máscara, o traje inclui terno e uma faixa nas cores verde e amarela que se assemelha à faixa presidencial. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.

Reproduzida no site da escola de samba para ser comercializada, a fantasia causou repercussão. Foliões passaram a identificar a ala como uma crítica aos condenados pelo mensalão. A direção da Salgueiro decidiu então alterar a máscara, que agora retrata o personagem Coringa, vilão dos quadrinhos e arqui-inimigo do super-herói Batman. O restante da fantasia não foi alterado. "Nossa intenção não era causar polêmica. A ala não teria só máscaras do José Dirceu, mas também de outros políticos e de gente famosa em outras áreas. Era uma referência ao carnaval de rua, onde é comum encontrar gente fantasiada. Mas as pessoas começaram a interpretar como uma crítica política, e então decidimos mudar", disse o diretor de carnaval da Salgueiro, Anderson Abreu.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir