Categoria Meio ambiente  Noticia Atualizada em 24-11-2012

Cúpula do Clima do Qatar vai definir novo período para Protocolo de Kyoto
Em Doha, países lançarão 2ª fase de acordo que reduz emissão de gases. Conferência da ONU começa na próxima segunda-feira.
Cúpula do Clima do Qatar vai definir novo período para Protocolo de Kyoto
Foto: g1.globo.com

Confrontados com os sinais crescentes do aquecimento global e os apelos urgentes para a ação, cerca de 190 países vão se reunir a partir de segunda-feira (26) em Doha, no Qatar, para avançar na negociação climática e lançar o segundo período do Protocolo de Kyoto, que deve começar a vigorar já em janeiro de 2013.

A conferência, que prossegue até o próximo dia 7, deve ser acompanhada por mais de cem ministros, que tentarão avançar no processo de negociações da ONU, lançado em 1995.

"É necessário oferecer uma resposta mais rápida às mudanças climáticas, e isso é possível", declarou a secretária-executiva da Convenção da ONU para mudança climática (UNFCCC, na sigla em inglês), Christiana Figueres, poucos dias antes da cúpula. "Em Doha, temos de garantir que vamos passar para o próximo nível", prosseguiu.

Os alertas se multiplicaram nos últimos dias: o Banco Mundial advertiu para os risco de um aquecimento de 4 ºC até 2060 e "a cascata de tragédias" que devem atingir os países pobres. A quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera atingiu um novo pico em 2011, e a ONU alertou que os esforços da comunidade internacional para conter o aquecimento global em 2 ºC graus estão longe de serem suficientes.

O objetivo de 2 ºC fixado pela comunidade internacional é o máximo, segundo os cientistas, para evitar que o sistema climático dispare, com efeitos que acelerariam fortemente o aquecimento.

Assinatura de novo protocolo
Uma das grandes questões a ser discutida em Doha será o funcionamento do segundo período de Kyoto, único instrumento obrigatório que compromete os países industrializados, com a notável exceção dos Estados Unidos, que nunca ratificaram o documento.

O princípio de um compromisso para uma segunda fase do protocolo após 2012 foi acordado em Durban, na África do Sul, onde foi realizada a ultima cúpula da ONU em 2011. No entanto, com a retirada do Canadá, Japão e Rússia, "Kyoto 2" deve ser assinado apenas pela União Europeia e Austrália, o que representa 15% das emissões globais de gases de efeito estufa.

"É um instrumento que não vai mudar grandes coisas no mundo real, mas sua extensão é importante para combater as dinâmicas, ainda muito pobres, de desconfianças dos países do sul ante os do norte", disse um negociador europeu.

Ação urgente é cobrada por países vulneráveis
Um acordo global e mais ambicioso, desta vez envolvendo todos os países, inclusive os dois maiores emissores de gases do mundo, a China e Estados Unidos, deve ser assinado em 2015 para entrar em vigor em 2020. As discussões sobre a forma legal deste acordo e a repartição "igualitária" dos esforços devem iniciar em Doha.
Mas os países do Sul e, principalmente, as pequenas ilhas, especialmente as vulneráveis à elevação do nível do mar, não querem esperar mais oito anos para assumir compromissos mais firmes.

"É absolutamente essencial. O tempo claramente não está do nosso lado", disse a representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), Marlene Moisés. "Eu espero que a trágica experiência do furacão Sandy, por exemplo, leve os países mais relutantes para estas negociações para que se envolvam neste esforço", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu agir rapidamente para "ver o que podemos fazer em curto prazo para reduzir as emissões de carbono". Mas a composição do Congresso sugere pouco espaço de manobra para medidas drásticas sobre esta questão.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir