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Restos mortais de Yasser Arafat serão exumados na terça-feira

Arafat faleceu aos 75 anos em 11 de novembro de 2004 em um hospital militar próximo a Paris. As causas de sua morte nunca foram esclarecidas.
Restos mortais de Yasser Arafat serão exumados na terça-feira

Foto: AFP

RAMALLAH, Territórios palestinos — Os restos mortais do histórico dirigente palestino Yasser Arafat, falecido em 2004, serão exumados na terça-feira em Ramallah (Cisjordânia) para determinar as causas da morte do líder, na presença de investigadores franceses e especialistas russos e suíços.

"A abertura da tumba será em 27 de novembro. Especialistas coletarão amostras e tudo será feito no mesmo dia, em algumas horas", anunciou o presidente da comissão de investigação palestina, Taufiq Tiraui, durante coletiva em Ramallah, destacando que os funerais oficiais e protocolares serão organizados após esta operação.

"(...) Será um dos dias mais dolorosos da minha vida, por motivos pessoais, patrióticos, políticos e religiosos. Mas é uma necessidade dolorosa para saber a verdade sobre as razões da morte de Yasser Arafat", explicou Tiraui.
Ele afirmou, ainda, que haverá um funeral oficial após a exumação.

"Devemos respeitar quem é um símbolo para o povo palestino e para o mundo inteiro", disse.
"Como patriotas palestinos, estamos convencidos de que os israelenses assassinaram o presidente Arafat e como comissão de investigação, temos indícios que apontam neste sentido", assegurou Tiraui.

Arafat faleceu aos 75 anos em 11 de novembro de 2004 em um hospital militar próximo a Paris. As causas de sua morte nunca foram esclarecidas.

Suspeitas de envenenamento ganharam força após a divulgação em julho de um documentário da rede de televisão árabe Al Jazeera, que revelava a presença de quantidades anormais de polônio, uma substância radioativa altamente tóxica, em mostras biológicas extraídas dos objetos de uso pessoal do falecido líder.

Na ocasião, sua viúva, Suha, apresentou uma denúncia na França por assassinato.
Três juízes franceses encarregados da investigação assistirão à exumação, assim como especialistas suíços e russos, a pedido dos palestinos.

"Soberania palestina"
Devido a suas repercussões políticas e emocionais, a exumação exigiu "contatos e negociações durante dois meses" entre as autoridades francesas e palestinas, reforçou Tiraui.

"Não foi fácil, houve discrepâncias", declarou, insistindo em que toda operação se encontra sob responsabilidade e supervisão do promotor palestino. "A soberania palestina garante a segurança da investigação", afirmou.

"Fomos nós que pedimos a presença de especialistas suíços (nr: que tomaram amostras para a reportagem da Jazeera) e russos devido a nossas relações especiais com eles", contou.
Segundo ele, especialistas de cada país tomarão amostras dos restos mortais e as enviarão aos laboratórios dos seus países.

Os palestinos impuseram condições para a instrução judicial francesa: "Todos os testemunhos de palestinos serão tomados pelo promotor palestino, na presença dos investigadores franceses", explicou Tiraui.

A comissão de investigação palestina, por sua vez, continuará com seu trabalho, acrescentou. "Trabalhamos há dois anos com discrição e profissionalismo, e quando chegarmos a um resultado, o anunciarei", prometeu, repetindo que, pessoalmente, está convencido de que Israel assassinou Arafat, algo que o Estado hebreu sempre negou.
Arafat está sepultado na Muqata, o quartel-general da presidência da Autoridade Palestina, na Cisjordânia.

A escavação para a abertura da tumba começou em meados de novembro. A exumação, na terça-feira, será feita a portas fechadas com um perímetro de segurança ao redor da Muqata.

Fonte: AFP

Por: Maratimba.com | Imprimir