Categoria Economia  Noticia Atualizada em 11-12-2012

Dilma cumpre extensa agenda no primeiro dia oficial de visita à França
Presidente deve se reunir e jantar com Hollande e encontrou com Lula. Para jornais, Dilma busca parceiro para receita para saída da crise.
Dilma cumpre extensa agenda no primeiro dia oficial de visita à França
Foto: g1.globo.com

A presidente Dilma Rousseff inicia nesta terça-feira (11) a agenda oficial da visita de Estado que faz à França. Dilma desembarcou no aeroporto de Le Borget na madrugada desta segunda (10), mas em seu primeiro dia em solo parisiense, se concentrou em revisar os discursos e a agenda de compromissos da extensa viagem, que inclui ainda visita à Rússia, na quinta e na sexta. Aproveitou o dia livre também para um almoço com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O dia começa com uma cerimônia de pompa, marcada para as 11h (8h, em Brasília) com desfile da cavalaria e revista às tropas no palácio Les Invalides, que guarda o museu de armas da República Francesa. Segundo o jornal "Le Figaro", Dilma será recebida com "grande alarde", com "desfile na [avenida] Champs-Élysées, já enfeitada com bandeiras do Brasil, um discurso à Assembleia Nacional, um jantar de gala no Palácio do Eliseu".

Após a cerimônia de chegada, o primeiro compromisso de Dilma será uma reunião com o presidente da Assembleia Nacional (semelhante à Câmara dos Deputados), Claude Bartolone, do Partido Socialista. Em seguida, participa do Fórum pelo Progresso Social, seminário organizado pelo Instituto Lula, onde deve se encontrar com o ex-presidente.

Dilma deve discursar no evento, que tem como foco políticas de crescimento econômico como saída para a crise. O assunto deverá ser um dos principais na conversa da presidente com o colega François Hollande, marcada para as 17h (14, em Brasília) no Palácio do Eliseu, sede do governo francês.

Em artigo publicado nesta segunda (10), um dos principais jornais da França, "Le Monde", afirmou que Dilma vai à França em busca de um parceiro na Europa aliado à ideia de que, para sair da crise econômica, são necessárias políticas públicas de ampliação dos investimentos, não uma ênfase exacerbada na austeridade monetária.

O "Monde" diz, no entanto, que o "eixo antirrigor desejado pela presidente da República ainda não deu frutos". Segundo comentaristas, diz o diário, Dilma esperava que Hollande "estivesse à frente de uma outra política econômica na Europa", em contraponto à receita imposta pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

O jornal destaca ainda que "iniciativas como a criação de um Banco de Investimento Público (BPI), em outubro pelo governo francês, foram consideradas como um passo positivo em Brasília, apesar de muito limitado em termos de financiamento".

Em outro trecho, o jornal chama a atenção para um ponto de atrito, lembrando uma reunião entre Hollande e o cacique indígena Raoni, em novembro, que resultou numa nota criticando a falta de diálogo com comunidades indígenas para a construção de barragens para hidrelétricas, como Belo Monte.

Será o segundo encontro de Dilma com o Hollande, no cargo desde maio. Antes, eles haviam conversado na Rio +20, em junho. Como parceiros estratégicos, Brasil e França têm cooperação nas áreas de defesa, desenvolvimento sustentável, transportes, energia, comércio, ciência tecnologia, aeroespecial, educacional e cultural, que também devem fazer parte da conversa.

Conflitos no Oriente Médio e norte da África, também devem tomar parte do diálogo, além da reforma das instâncias de governança global, especialmente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A agenda ainda reserva espaço para uma reunião ampliada, com participação de ministros dos dois países, cerimônias de troca de condecorações e assinatura de atos, além de entrevista coletiva à imprensa. O dia termina com jantar em homenagem a Dilma, oferecido por Holllande no Eliseu.

A agenda oficial prossegue na na quarta, com visitas ao presidente do Senado, Jean-Pierre Bel e ao prefeito de Paris, Bertrand Delanoë. Todos são do Partido Socialista, o mesmo de Hollande. A presidente ainda participa do Seminário Brasil-França: Desafios e Oportunidades de uma Parceria Estratágica, promovido pelo Movimento das Empresas da França (Medef, Mouvement des Entreprises de France), principal entidade empresarial do país.

Ela embarca no meio da tarde de quarta para a Rússia, onde também deve se reunir com autoridades e empresários.

Dilma viajou na companhia dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), Aloizio Mercadante (Educação), Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), além do assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir