Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 12-12-2012

O deserto e o advento
"Ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo", Filipenses 1,4-6.8-11.
O deserto e o advento

"O evangelho de Lucas 3,1-6, situando-nos a sociedade do tempo de Jesus. Faz uma descri��o da hist�ria oficial daquele tempo: h� um imperador � Tib�rio � que domina o mundo inteiro (14-37 d.C.). H� um procurador � P�ncio Pilatos (25-35 d.C.) � que governa a Judeia. Herodes Antipas administra a Galileia (4 a.C.-39 d.C.), lugar da prega��o de Jesus. � filho de Herodes, o Grande, que, sentindo-se amea�ado de perder o poder, manda matar as crian�as de Bel�m (cf. Mt 2,13-18). Filipe, irm�o de Herodes Antipas, administra a Itureia e a Tracon�tide. Lis�nias administra Abilene.

Esses nomes ficaram na hist�ria pela arbitrariedade e abuso de poder dos seus governos.

Depois, Lucas apresenta as lideran�as religiosas judaicas: An�s e Caif�s, sumos sacerdotes, os quais estavam diretamente ligados ao poder romano.

Jesus entra nessa hist�ria, n�o no caminho dos grandes e poderosos, aos quais sua proposta incomodar�, a ponto de eles mandarem mat�-lo.

Ele sai de sua humilde casa de Nazar� e vai para o deserto, onde encontra seu primo Jo�o, filha de Zacarias e Izabel. � nesse contexto que Jo�o se situa, falando para o povo de Israel cansado da opress�o do Imp�rio romano e do jugo religioso farisaico.

Ent�o, podemos voltar no tempo e dizer que o deserto evoca o �xodo, a sa�da do Egito rumo � nova terra, caminho de liberdade, experi�ncia de uma forma diferente de viver.

�s margens do rio Jord�o, Jo�o prega um batismo de convers�o, convida o povo para iniciar um novo �xodo, assim como atravessaram o Mar Vermelho, agora "atravessam" o rio Jord�o para iniciar uma vida nova.

O Precursor anuncia a todos a pr�xima chegada do Messias esperado pelo povo de Israel, o novo Mois�s que os conduzir� a uma vida definitiva.

Ainda n�o se enxerga o "Sol da Justi�a", mas seus raios j� abrasam o horizonte. A perspectiva � ainda distante, mas segura: "todo homem ver� a salva��o de Deus".

Este Deus que vem quer ser acolhido pelos seus, por isso seguindo o profeta Isa�as, Jo�o d� umas dicas para receb�-lo: "preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas. Todo vale ser� aterrado, toda montanha e colina ser�o aplainadas; as estradas curvas ficar�o retas, e os caminhos esburacados ser�o nivelados".

O que diz tudo isso para n�s? Onde nos situamos com os poderosos deste mundo ou no "deserto", caminhando com aqueles que clamam e lutam por uma nova terra onde todos tenham voz e vez?

Talvez aqui esteja o primeiro apelo do Advento, que nos coloca no caminho de solidariedade e sil�ncio que tomou Jesus, juntou-se ao povo que se aglomerava ao redor do rio Jord�o.

Numa entrevista sobre as Contribui��es da espiritualidade de Charles de Foucauld em contexto de pluralismo cultural e religioso D. Edson Damian lembra que "O Esp�rito Santo sempre age de forma nova e criativa na hist�ria do mundo e da Igreja. Ele � livre para suscitar homens e mulheres que nos surpreendem pela radicalidade no seguimento de Jesus, pela pr�tica do Evangelho, e suscita novos impulsos e formas inesperadas de espiritualidade e evangeliza��o.

Podemos citar outros homens e mulheres que viveram no anonimato da "hist�ria oficial", e, seguindo o caminho de Jesus, escreveram com sua vida e morte a hist�ria de salva��o de v�rios povos.
Muitas podem ser as maneiras de viver este posicionamento em favor dos mais pequeninos e sofredores de hoje. Neste tempo de advento, para ter a coragem de escolher por eles, porque, s� a partir dos �ltimos da sociedade � que se pode incluir e amar a todos".

Fonte: IHU Unisinos

Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir