Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-12-2012

Potências mundiais reconhecem coalizão de oposição na Síria
Declaração de 130 representantes internacionais pede que Assad se afaste. Grupo alertou sobre sanção caso haja uso de armas químicas.
Potências mundiais reconhecem coalizão de oposição na Síria
Foto: g1.globo.com

Potências mundiais reunidas em Marrakech reconheceram a nova coalizão de oposição da Síria como "legítima representante do povo sírio" e pediram ao presidente Bashar al-Assad "para se afastar do poder", de acordo com um esboço da declaração obtido na quarta-feira (12).

A declaração de 130 representantes internacionais que compõem o grupo de nações "Amigos da Síria" alertou que qualquer uso de armas químicas ou biológicas pelo governo de Assad teria uma "séria reação".

"Os participantes reconhecem a Coalizão Nacional como representante legítimo do povo sírio e a organização guarda-chuva sob a qual a oposição síria está reunindo-se", segundo texto de esboço da declaração, obtida antes da reunião entre as principais potências, excluindo Rússia e China.

A reunião na cidade de Marrakesh reúne representantes de 130 países, incluindo cerca de 60 ministros, a oposição síria e organizações internacionais, para conversar sobre o conflito que atinge a Síria há 21 meses.

Ela ocorre apenas um dia após o presidente Barack Obama ter apoiado a coalizão de oposição como a representante legítima do povo sírio.

Em seu comunicado, o grupo Amigos da Síria apela novamente para Assad renunciar, e ressalta que seu regime não vai escapar das punições por suas violações do direito internacional.

"Bashar al-Assad perdeu legitimidade e deve afastar-se para permitir um processo sustentável de transição política", disse o texto do documento.

Referindo-se a recentes informações da Inteligência do Ocidente, que sugerem que Assad usaria armas químicas e biológicas no conflito que dura há 20 meses, as principais potências afirmaram que "qualquer uso de armas químicas na Síria seria abominável e que provocaria uma séria resposta da comunidade internacional".

Eles também anunciaram a criação de um fundo de resgate "para apoiar o povo sírio", pedindo a Estados e organizações para fazerem contribuições para o fundo.

O chanceler britânico, William Hague, descreveu o crescente reconhecimento da Coalizão Nacional como um "progresso real".

"Então o importante é canalizar mais assistência para eles - em nosso caso... assistência não letal... e, então, é claro, precisamos de mais ajuda humanitária", disse Hague à imprensa antes do início do encontro.

Sob pressão para se unir, a oposição síria concordou em Doha no dia 11 de novembro a estabelecer a Coalizão Nacional e unir as várias forças rebeldes em um conselho militar supremo.

Mas os rebeldes jihadistas em Aleppo, uma linha de frente chave no norte da Síria, rejeitaram a coalizão, afirmando que desejam um Estado islâmico.

Entre eles estavam a Frente Al-Nusra, que foi colocada na terça-feira pelos Estados Unidos na lista negra como uma organização terrorista, citando ligações com a Al-Qaeda.

Os participantes da reunião no Marrocos exigiram em seu comunicado acesso livre para organizações humanitárias trabalhando na Síria, e afirmaram que estavam prontos para "aumentar os fundos para as atividades de socorro da coalizão nacional".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir