Os rebeldes islamitas que controlam o norte do Mali, cujas posições estão a ser atacadas desde domingo pelas forças francesas, ameaçaram esta segunda-feira "atacar o coração da França".
Foto: www.jn.pt "A França atacou o Islão. Vamos atingir o coração da França. Em nome de Alá, vamos atacar o coração da França", disse Abou Dardar, um dos responsáveis do Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO) contactado por telefone pela agência France Press.
Questionado sobre qual o local que considera o "coração" da França, Abou Dardar, cujas declarações foram traduzidas por um elemento próximo, afirmou: "Em todos o lado. Em Bamako, em África e na Europa".
A França, que declarou "em guerra contra o terrorismo" no Mali, bloqueou sexta-feira a progressão dos grupos armados islamitas, que controlam há nove meses o norte do país, em direção ao centro, tendo bombardeado domingo pela primeira vez as posições islamitas no norte, em Gao e Kidal, localidades centrais dos territórios controlados pelos rebeldes.
O responsável do MUJAO evocou ainda o futuro dos oito reféns franceses detidos no Sahel.
"Vamos emitir hoje um comunicado sobre os reféns. A partir de hoje (segunda-feira), todos os mujaidines estão unidos", acrescentou.
A al-Qaeda do Maghreb islâmico (Aqmi) detém desde 16 de setembro de 2010 quatro funcionários do grupo nuclear francês Areva, sequestrados na Nigéria, e desde novembro de 2011 dois franceses capturados no norte do Mali. Uma sétima pessoa foi sequestrada a 20 de novembro no oeste do Mali pelo MUJAO.
Abou Dardar escusou-se a fazer um balanço do número de vítimas dos raides aéreos franceses contra as posições dos rebeldes.
"Não tenho nada a dizer sobre esse assunto, mas todos os mujaidines que morreram, foram para o paraíso", disse.
Entretanto, foi hoje noticiado que a Bélgica está a estudar um possível apoio militar à França.
Segundo o jornal diário "La Libre Belgique", que cita fontes do Ministério da Defesa, o exército belga está a equacionar a possibilidade de enviar um avião para o Mali C-130, atualmente estacionado na República Democrática do Congo, ou uma equipa médica.
Nesse sentido, terá havido já contactos informais com Paris, adiantaram as fontes.
A informação não foi confirmada formalmente pelo executivo de Bruxelas.
A Bélgica colaborou em 2011 na ofensiva internacional na Líbia, liderada pela França e pelo Reino Unido.
Fonte: www.jn.pt
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