Categoria Policia  Noticia Atualizada em 01-02-2013

Uso de civis pelos bombeiros em resgate será investigado
Os bombeiros que trabalharam no combate ao incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada de domingo, podem ser responsabilizados por terem usado civis no resgate de vítimas - prática vetada pela corporação.
Uso de civis pelos bombeiros em resgate será investigado
Foto: noticias.terra.com.br

Ontem, sobreviventes contaram à polícia que os agentes deram lanternas e máscaras para jovens voltarem e tentarem salvar amigos. A Brigada Militar instaurou anteontem inquérito policial militar para apurar erros tanto no resgate quanto antes da tragédia, na aprovação do plano contra incêndio do local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vinícius Montado Rosado, de 26 anos, foi um dos que conseguiram sair da boate, mas depois voltaram para tentar salvar amigos. Ele acabou morrendo. Sua irmã, Jéssica Rosado, de 24, está entre os sobreviventes e ontem contou aos investigadores ter visto seu irmão fora da casa noturna, sem ferimentos, apenas com o rosto preto de fumaça. Jéssica confirmou ainda que bombeiros deram equipamentos para alguns jovens que quiseram participar do resgate na casa - ela não soube dizer se seu irmão também usava lanterna ou máscara. O delegado se reuniu ontem com o comandante do Corpo de Bombeiros de São Leopoldo, coronel Vitor Hugo Konarzewiski, que vai presidir o inquérito. O coronel também vai apurar como a boate conseguiu o alvará da corporação já que faltava uma saída de emergência na casa durante a vistoria que antecedeu a licença, em agosto de 2011.

Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.

Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir