Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-02-2013

Dirigente da oposição na Tunísia é assassinado
Chokri Belaid era um dos maiores críticos do governo islâmico e foi morto na porta de sua casa; cerca de mil tunisianos se reuniram em frente ao Ministério do Interior em protesto.
Dirigente da oposição na Tunísia é assassinado
Foto: ultimosegundo.ig.com.br

Um líder opositor da Tunísia e crítico ferrenho do governo islâmico do país foi morto com um tiro nesta quarta-feira (6) - o primeiro assassinato de um político após a revolta que derrubou o governo de Zine El Abidine Ben Ali .

A morte de Chokri Belaid provocou um protesto que reuniu mais de 1 mil de tunisianos do lado de fora do Ministério do Interior nesta quarta. Pedindo a queda do governo liderado pelos islâmicos, os manifestantes gritavam "vergonha, vergonha, Chokri morreu", "onde está o governo?" e "o governo tem que cair".

Belaid, membro da coalizão de esquerda conhecida como Frente Popular, foi atingido por um tiro quando saía de sua casa na capital, Túnis, segundo informou a agência de notícias estatal TAP. Ele chegou a ser levado para uma clínica médica das redondezas, mas não resistiu aos ferimentos.

O opositor de 48 anos era conhecido por ser crítico do Ennahda, o partido islâmico moderado que domina o governo tunisiano . A legenda divulgou um comunicado caracterizando o assassinato como um "crime hediondo" que prejudica "a segurança e estabilidade" da nação. "( O partido ) exorta as autoridades de segurança a fazer todos os esforços possíveis para encontrar os criminosos e levá-los à Justiça", disse.

O motivo por trás do assassinato ainda não ficou claro. O crime acontece em meio à luta da Tunísia para manter a estabilidade e melhorar sua economia após o longo governo de Ben Ali, derrubado em uma revolta há dois anos, no contexto da Primavera Árabe .

O governo liderado pelos muçulmanos também negocia com partidos de oposição a remodelação do gabinete e possivelmente a expansão da coalizão governante. Semanas de conversas e diálogos não tiveram resultados práticos, uma vez que os partidos não conseguem chegar um acordo sobre a redistribuição de poder no país.

Belaid tem sido um crítico da liderança da Tunísia, especialmente Ennahda, e tem acusado autoridades de não fazer o suficiente para impedir a violência cometida por ultraconservadores, que têm como alvos teatros e exibições de arte consideradas desrespeitosas ao Islã.

De acordo com sua família, Belaid recebia ameaças de morte regularmente, sendo a mais recente na terça-feira.

No fim de semana, radicais fizeram uma marcha liderada por Belaid no norte da Tunísia, parte de uma série de reuniões políticas que foram interrompidas pelas ações de gangues.

Belaid era uma espécie de porta-voz contra os chamados "Comitês de Proteção da Revolução", que muitos acusam de estar por trás de atos de violência que atingem o país. Há suspeitas de que esses grupos sejam afiliados do partido Ennahda e que sua missão é procurar e destruir vestígios do antigo regime.

O presidente tunisiano Moncef Marzouki, que está em Estrasburgo, na França, para participar do Parlamento Europeu, cancelou a viagem que faria ao Cairo para a Conferência Islâmica, e voltará para a Tunísia, segundo informou a rádio Shems.

No fim de semana, Marzouki ameaçou renunciar se o impasse político no país não for resolvido, prejudicando a estabilidade do governo, que luta para recuperar-se após a revolta.

Com AP e Reuters

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
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