Josenilde confessou ter matado o próprio filho, um bebê de oito meses. G1 teve acesso ao depoimento. Ela também admite dependência química.
Foto: g1.globo.com A desempregada Josenilde Lopes de Mendonça - que no próximo dia 24 de março completa 36 anos - além de ter confessado que matou o próprio filho, um bebê de oito meses, também admitiu à polícia que é usuária de drogas desde os 14 anos e que já foi internada 31 vezes para tratamento de dependência química. Os detalhes constam em depoimento prestado ao delegado Sílvio Fernando na manhã desta terça-feira (19). O G1 teve acesso ao documento, no qual ela alega ter surtado por estar bêbada e drogada.
O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9, no apartamento onde morava com a mãe no bairro de Nova Descoberta, na zona Sul de Natal.
Ao ser encontrada pela polícia, nesta terça-feira (19), Josineide se defendeu negando o crime. Contudo, nesta manhã, acabou confessando o assassinato do bebê e afirmou ter mentido quando disse já ter encontrado o filho morto ao chegar em casa. "Estou arrependida e espero o perdão de Deus", disse ela.
Em novo depoimento, Josenilde disse que passou a andar pelas ruas durante o período do carnaval e que, a cada vez que lembrava da cena de ter visto o filho morto, procurava esquecer os fatos consumindo drogas e bebida alcoólica.
A mulher afirmou à polícia já ter sido internada 31 vezes para a recuperação de dependência química, tendo passado por casas de recuperação em Fortaleza (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP), mas sempre procurou evitar a continuidade dos tratamentos.
Josenilde Lopes de Mendonça foi indiciada por homicídio duplamente qualificado. Ela foi transferida para o Centro de Detenção Provisória (CDP) Feminino de Parnamirim, na Grande Natal, onde permanece à disposição da Justiça.
Depoimento inicial
No primeiro depoimento prestado à polícia nesta terça-feira (19), documento que o G1 também teve acesso, Josenilde Lopes negou ter matado o filho. No entanto, no documento, ela afirmou ter ficado "louca para encontrar alguém que lhe tirasse a vida" e ter feito uso de drogas e bebida, "pagando com o próprio corpo".
A mulher chegou a afirmar, no primeiro relato à polícia, que havia saído de casa e, ao retornar, havia encontrado o filho morto, caído no chão e com ferimentos no rosto. Contudo, ela não explicou o motivo de não ter pedido socorro médico ou chamado a polícia para comunicar o ocorrido.
A suspeita disse ter beijado o rosto do filho, o colocando sobre a cama e cobrindo o corpo dele com um lençol. Em seguida, deixou o apartamento.O caso
O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9, no apartamento onde morava com a mãe, no bairro de Nova Descoberta, zona Sul de Natal.
Segundo a polícia, o corpo do bebê estava em uma cama, enrolado em um lençol, e tinha um grande hematoma no lado direito do rosto.
O corpo do bebê foi sepultado no domingo (10), em Natal. O pai da criança, Ramon Ramalho, está em Limeira, no interior de São Paulo. Em entrevista ao G1, ele cobrou justiça para a morte do filho. "A droga e a negligência acabaram com a vida do meu filho", disse ele.
Ramon conheceu Josenilde em Limeira, em 2011, ocasião em que ela frequentava uma clínica de tratamento para dependentes de drogas. Assim que iniciaram o relacionamento, ela ficou grávida e os dois se mudaram para Natal, onde viveram juntos por pouco mais de um ano. "Sempre soube do vício. Até pensei que o fato de ficar grávida e de ter um filho faria com que ela deixasse as drogas, mas infelizmente isso não aconteceu", acrescentou o pai da criança.
Fonte: g1.globo.com
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