Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-02-2013

Promotor critica juiz por julgamento de Gil Rugai: "me causa espécie"
O promotor Rogério Leão Zagallo, encarregado da acusação no julgamento de Gil Rugai, criticou nesta quinta-feira a atuação do juiz Adilson Paukoski Simoni, a quem chamou de "permissivo, conivente e contemplativo".
Promotor critica juiz por julgamento de Gil Rugai:
Foto: noticias.terra.com.br

"Se alguém viu o juiz aqui nesse julgamento, me avise. Eu tenho total respeito por ele, mas me causa espécie a forma como ele está deixando correr esse julgamento", disse o promotor, ao chegar ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Gil Rugai é acusado de matar o pai, Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, 33 anos, em 28 de março de 2004.

A reclamação de Zagallo é de que o magistrado não repreendeu os advogados de defesa do réu durante depoimentos de testemunhas da acusação - como o do vigia Domingos Ramos Oliveira de Andrade, que falou por duas horas e 40 minutos. "Eles (os advogados de defesa de Rugai) praticamente estupraram o Domingos durante o julgamento com a contemplação do juiz", disse o promotor.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz Simoni não vai comentar as declarações de Zagallo. O advogado Marcelo Feller, que faz parte da defesa de Gil Rugai, minimizou a fala do promotor. "Isso me parece um discurso de quem já está admitindo a derrota", afirmou ele. O perito Ricardo Molina, assistente da defesa, defendeu o juiz. "Se alguém está extrapolando, é quem tem o direito de acusar", disse.

Acusação tenta enfraquecer álibi de Gil Rugai
O promotor Rogério Leão Zagallo disse que vai tentar enfraquecer o álibi apresentado pelo réu, que depõe nesta quinta-feira. Segundo a acusação, Gil Rugai não tem como comprovar que estava em um shopping da capital paulista entre as 21h e 22h do dia 28 de março de 2004 - segundo a Polícia Civil, o crime teria ocorrido por volta de 21h30.

O promotor afirmou que uma ligação da mãe do réu que foi interceptada comprovaria que ele não estava no shopping naquele dia. "Das 21h às 22h, ele não tem álibi. Essa história do shopping ele não tem como provar. Nós temos uma ligação interceptada em que a própria mãe do Gil disse que ele não estava no shopping", disse.

A defesa afirma que Gil Rugai ficou em um shopping até as 22h e depois foi para o escritório onde trabalhava, na região dos Jardins, a quatro quilômetros e meio da casa onde o pai e a madrasta foram assassinados. A polícia disse que não há imagens de câmeras de segurança que comprovem que o réu estava no shopping porque elas teriam sido deletadas. Os advogados do réu dizem que a acusação só não tem os vídeos porque não quis pedir ao estabelecimento - segundo Marcelo Feller, já existia tecnologia para recuperar as imagens.

Nova testemunha é chamada para depor no julgamento
Uma nova testemunha deve ser ouvida nesta quinta-feira, além das outras duas que irão depor na audiência. O vigia Fabrício Silva dos Santos, que trabalhava na rua da residência onde as vítimas foram mortas, foi intimado pelo juiz a falar no julgamento.

Além dele, prestam depoimento hoje outras duas testemunhas chamadas pelo juiz - entre elas, o publicitário Rudi Otto Kretschmar, ex-sócio do réu em uma agência de publicidade. O testemunho dele é um dos mais aguardados pela acusação, segundo o promotor Rogério Leão Zagallo. "O (ex-)sócio vai dizer que o Gil Rugai tinha uma arma, que desconfiou do Gil Rugai no dia em que soube do crime, que foi procurar a arma na gaveta (do escritório) e não achou mais. Por isso, a defesa desistiu de ouvir esse sócio", disse o promotor.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir