Categoria Policia  Noticia Atualizada em 21-02-2013

"Quero desentulhar a UTI", diz médica acusada de eutanásia em pacientes
Áudio foi divulgado pelo Jornal Nacional; Virgínia Soares Souza foi presa por homicídio.

Foto: tribunahoje.com

A Polícia Civil do Paraná investiga a suposta participação de profissionais da saúde na morte de pacientes do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.

Virgínia Helena Soares Souza, a médica responsável pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da entidade, que está presa desde anteontem, foi indiciada sob suspeita de homicídio qualificado, segundo apurou a Folha. Ela nega qualquer crime.

Nas investigações, iniciadas há um ano, foram gravadas falas da médica no hospital. "Quero desentulhar a UTI, que está me dando coceira", disse Virgínia, segundo áudio divulgado pelo "Jornal Nacional".

Em outro trecho, ela diz: "Infelizmente é nossa missão intermediá-los [os pacientes] do trampolim do além".

Há indícios, diz a polícia, de que pacientes do SUS (Serviço Único de Saúde) tenham sido mortos como forma de "liberar" vagas na UTI para pacientes que pagariam pelo serviço. A polícia suspeita que aparelhos foram desligados e medicações foram suspensas.

O hospital filantrópico atende pacientes do SUS e privados e é referência na na região.

O delegado-geral, Marcus Vinícius Michelotto, disse ontem que serão investigadas todas as mortes ocorridas no hospital nos últimos sete anos.

É o período em que a UTI foi chefiada por Virgínia Helena Soares Souza, presa em caráter temporário sob suspeita de causar a morte de internados.

Todos os funcionários da UTI serão investigados. "Existem indícios de autoria e materialidade [contra a médica], e obviamente ela não fazia isso sozinha", disse Michelotto.

Se outros funcionários forem identificados, a ação conjunta poderá caracterizar formação de quadrilha, disse.

Inicialmente, havia sido aventada a possibilidade de prática de eutanásia (indução à morte) com o consentimento das famílias. "O que investigamos é antecipação de óbito. Há indício de materialidade e autoria na prática de crime de homicídio qualificado. Não é eutanásia", disse.

A pena para o crime de homicídio qualificado (mediante recompensa, por motivo fútil ou por meio cruel, entre outros) varia de 12 a 30 anos.

Fonte: tribunahoje.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir