Categoria Policia  Noticia Atualizada em 23-02-2013

Júri condena Gil Rugai por assassinatos em SP
Gil Rugai foi condenado pelo assassinato do pai e da madrasta em 2004 no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, nesta sexta-feira.
Júri condena Gil Rugai por assassinatos em SP
Foto: noticias.band.uol.com.br

Os juízes precisaram responder a quatro perguntas para cada vítima, portanto oito, para decidir pela condenação de Gil Rugai.

O réu foi considerado culpado, mas não deve ser preso de imediato. Isso porque como ele ficou solto durante o processo, a lei permite que aguarde todos os recursos de sua defesa em liberdade.

Apesar de ele ter negado participação no crime durante seu depoimento na última quinta-feira, os jurados entenderam que ele matou Luiz Carlos Rugai e Alessandra Troitino. O casal vivia no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista, quando foi assassinado no dia 28 de março de 2004. As suspeitas caíram sobre Gil, filho mais velho de Luiz Carlos. Na época, a frieza do rapaz ao receber a notícia da morte chamou atenção.

Depoimento do réu
Durante o depoimento na última quinta-feira, Gil Rugai não alterou o tom de voz nem chorou, mostrando tranquilidade e em todo momento se referia a Luiz Carlos Rugai "papai".

Ele negou problemas com a família e admitiu que emitiu alguns cheques copiando a assinatura do pai. No dia do crime, o jovem contou o que fez mencionando horários e voltou a afirmar que não foi ao local do crime.

Questionado sobre quem poderia ter cometido o assassinato, Gil Rugai disse que pensou muito sobre isso enquanto estava na cadeia, mas não encontrou um culpado.

Testemunhas
A primeira testemunha a ser ouvida, na segunda-feira, foi o vigia da rua em que a casa do pai e da madrasta do réu ficava. Fabrício Silva Santos confirmou na frente dos jurados que viu Gil Rugai saindo da residência no dia do crime.

O instrutor de voo Alberto Bazaia Neto afirmou em depoimento que Luis Carlos Rugai, pai do réu, disse que o filho havia desviado dinheiro e era perigoso. A afirmação foi feita quatro dias antes da morte dele e da mulher. Entretanto na terça-feira, o contador Edson Tadeu de Moura afirmou que desconhecia a acusação de desvio de dinheiro de uma produtora do pai do réu.

Na quinta-feira no julgamento de Gil Rugai, o ex-sócio do ex-seminarista, Rudi Otto Krestchnar, afirmou que a arma que ele havia visto na pasta do réu sumiu logo após o crime. Após saber da morte do pai e da madrasta do então companheiro de trabalho, ele contou ter ido até a empresa para ver se a arma estava lá.

Otto disse, ainda em depoimento, que não segurou a arma em nenhum momento e não sabia se ela era verdadeira. Além do revólver, ele disse ter visto duas facas, uma estrela ninja, dólares e papéis com entorpecentes. Francisco Luís Valério Alves, motorista de um dos vizinhos do casal assassinado também depôs.

Debates
Mais cedo nesta sexta-feira, a acusação teve tempo de expor argumentos em plenário durante o quinto dia de julgamento. O promotor Rogério Zagallo chegou a afirmar que Gil teria dito a amigos que "seria mais feliz sem o pai". Segundo o promotor, não há dúvida de que o réu assassinou as vítimas porque havia falsificado cheques da empresa do pai.

Em seguida, a defesa tentou convencer os jurados da inocência do réu. Marcos Feller, advogado de Gil Rugai, iniciou seu debate dizendo: "Vamos falar de provas, porque a acusação só falou do perfil do Gil.". Além disso, a defesa também utilizou recursos tecnológicos. Eles criaram uma linha do tempo para tentar convencer os jurados que Gil Rugai não poderia estar em casa no momento do crime.

Provas
Uma das provas usadas para acusá-lo é um ferimento que ele tinha no pé, que teria sido causado pelos chutes dados para arrombar a porta da sala onde uma das vítimas se escondia. Além disso, a pistola calibre 380 usada no crime foi achada na tubulação de esgoto do prédio onde funcionava uma empresa do jovem.

A arma usada no crime foi encontrada no fosso do prédio onde Gil Rugai tem um escritório. De acordo com exames de balística, a arma teria sido usada no local do crime e no apartamento do réu. O promotor de Justiça, Rogerio Zagalo, disse desde o início do julgamento que não tinha dúvida quanto a participação de Gil no crime. Já o perito contratado pela defesa para assistente técnico neste caso, Ricardo Molina, afirmou aos jornalistas momentos antes do início do julgamento que esta prova não tem o menor sentido, e quem jogou a arma no fosso "foi o Papai Noel".

A qualidade da perícia feita pelo Governo do Estado de SP também foi questionada pelos advogados de defesa. Eles alegam que há falhas nas investigações e laudos comprovados com base em informações duvidosas. Isso porque o laudo que estudou a marca de sapato na porta da casa onde houve o crime foi concluído por um sapateiro. Além disso, uma realidade virtual apresentada no primeiro dia de julgamento mostrou uma marca do pé esquerdo na mesma porta, quando o chute partiu de um pé direito.

Fonte: noticias.band.uol.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir