Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-02-2013

Saiba quem produz o sapato vermelho que calça o Papa Bento XVI
Alvo de polêmica, acessório é feito por sapateiro peruano que vive na Itália. Revista classificou peça como "fashion" em lista; Vaticano protestou.
Saiba quem produz o sapato vermelho que calça o Papa Bento XVI
Foto: g1.globo.com

Na última terça-feira (25), o Vaticano informou que o Papa Bento XVI, ao deixar a liderança da Igreja Católica, não só passará a ser chamado de Papa Emérito como também terá que modificar suas vestimentas -- entre elas os famosos sapatos vermelhos, chamados de múleo, que serão substituídos por pares comuns de calçados.

Durante seu pontificado, o acessório foi alvo de polêmicas, principalmente após a publicação de uma lista, em 2007, elaborada pela revista norte-americana "Esquire" que apontou o Papa Bento XVI como um dos 23 homens mais bem vestidos do mundo.

Ele apareceu em um grupo à parte no qual é identificado como o "melhor portador de acessórios", já que, na época, os sapatos vermelhos de couro tinha sido supostamente identificados como peças produzidas pela grife italiana Prada. Um ano depois, o jornal oficial do Vaticano negou a história, chamando-a de "frívola".

Um artigo publicado no "L"Osservatore Romano" explicava que os sapatos do papa, assim como sua coleção de chapéus chamados de "extravagantes", não têm nada a ver com vaidade, mas sim com tradição. "Resumindo, o papa não veste Prada, mas Cristo", dizia o texto, sem especificar onde os sapatos eram produzidos.

Peruano fabrica sapato papal
De acordo com a agência "Reuters", os sapatos utilizados por Bento XVI são feitos à mão pelo sapateiro peruano, Antonio Arellano, que tem uma loja instalada em uma rua estreita próxima à Praça de São Pedro, na fronteira entre o Vaticano e a Itália (um limite entre os dois países quase que imperceptível aos turistas).

O imigrante peruano de 43 anos, mas que vive na Itália há 20 anos, "conquistou o direito" de fabricar o sapato papal ao prestar serviços para o então cardeal Joseph Ratzinger, que recorreu à loja de Arellano anos antes de ser escolhido pelo conclave de 2005 para consertar outro par de calçados.

Satisfeito com o trabalho, Ratzinger, já eleito Papa Bento XVI, ordenou então que seus calçados seriam produzidos por Arellano, que tem na memória as medidas do papa – o tamanho do calçado é 42 – e foi capaz de fazer os exemplares distintos, da cor vermelha.

Os sapatos de couro vermelho foram parte do vestuário dos Pontífices durante pelo menos dois séculos, mas o fato de Bento XVI usar sotainas (uma espécie de bata) um pouco mais curtas que alguns de seus antecessores torna mais visível seu calçado.

Ele disse à Reuters que se sente feliz quando vê o papa utilizando um sapato feito por ele. Mas agora, com a saída do pontífice da liderança da Igreja Católica, Arellano está na expectativa de permanecer com o cliente, mesmo sabendo que seu cliente não poderá receber visitar após se retirar da vida pública.

Depois da cerimônia, aconteceu uma breve audiência na Sala Clementina, com algumas personalidades e autoridades para o tradicional "beija mão", em que o Papa é cumprimentado.

Quinta-feira, último dia
Na quinta (28), Bento XVI deixará o posto, em um acontecimento sem precedentes na história da Igreja moderna. Na manhã de quinta, no Palácio Papal, o decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, fará um pequeno discurso de despedida, e então cada cardeal poderá separadamente se despedir do pontífice. A expectativa é de que cerca de cem cardeais participem deste encontro, segundo o Vaticano.

Durante a tarde, no Pátio de Saint-Damase, no coração do pequeno Estado, a Guarda Suíça carregará suas bandeiras em saudação. Em seguida, por volta das 13h (horário de Brasília), Bento XVI irá para o heliporto do Vaticano para viajar a Castel Gandolfo, 25 quilômetros ao sul de Roma, a residência de verão do Papa, onde passará dois meses, antes de se estabelecer em um mosteiro no Monte do Vaticano.

Bento XVI chegará à residência de verão e saudará os fiéis a partir da varanda. Esta será sua última aparição como chefe da Igreja. Nada de especial está previsto quando o relógio badalar oito horas da noite (hora local), momento em que oficialmente termina o pontificado. Ele provavelmente estará em oração na capela neste momento.

Às 20h, o pequeno destacamento da Guarda Suíça, em frente à residência, fechará a porta e colocará assim um fim ao seu serviço, reservado exclusivamente ao Papa. Mas a polícia vai continuar a garantir a segurança de "Sua Santidade, o Papa Emérito". No Vaticano, a Guarda Suíça continuará a fazer a proteção, apesar do "trono vacante".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir