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ONG denuncia maus-tratos da polícia chinesa contra ativista Hu Jia

A ONG China Human Rights Defenders (CHRD) denunciou nesta segunda-feira que o ativista Hu Jia foi alvo de maus-tratos pela polícia chinesa, após ser detido durante oito horas na semana passada por "criar distúrbios".

Em comunicado, a CHRD denuncia que, na quinta-feira passada, oficiais do distrito pequinês de Tongzhou tiraram Hu de sua casa, onde se encontrava sob prisão domiciliar desde 26 de fevereiro.

Enquanto era interrogado na delegacia de Zhongchang, "a polícia o insultou e espancou repetidas vezes, deixando Hu com um sangramento na cabeça e fortes dores na região lombar", disse a organização.

Durante o interrogatório, os agentes o perguntaram sobre uma visita que fez a Liu Xia, esposa do dissidente e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, que se encontra em prisão domiciliar desde outubro de 2010.

Também o interrogaram sobre seus comentários mais recentes na internet sobre os novos líderes políticos chineses.

Após ser levado de volta ao seu domicílio, segundo a organização, o ativista foi advertido pelos agentes para que não fosse ao hospital e também foi informado que continuaria sob prisão domiciliar até o fim da reunião anual da Assembleia Nacional Popular, o Legislativo chinês, que nomeou na semana passada os novos líderes do país.

Hu mal podia subir as escadas devido às lesões lombares, e sua cabeça permanece com as marcas dos golpes, segundo a CHRD.

"A polícia põe em perigo a vida de Hu ao impedi-lo de ir ao hospital para receber atendimento médico, pois sofre de hepatite B e necessita de remédios e consultas médicas para manter sua frágil saúde", sustentou a organização.

A CHRD apresentou denúncias de graves abusos dos direitos humanos nos mecanismos de procedimentos especiais da ONU, em nome do ativista.

Hu foi um dos cerca de 40 intelectuais destacados e ativistas chineses que assinaram uma carta dirigida ao novo líder do país, Xi Jinping, no último dia 6 de dezembro pedindo a libertação de Liu Xiaobo.

Liu foi condenado a 11 anos de prisão em 2009, quando foi declarado culpado de incentivar à "subversão" contra o poder do Estado.

Fonte: noticias.terra.com.br

Por: Maratimba.com | Imprimir