Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-03-2013

Corpo de Emílio Santiago é sepultado no Rio de Janeiro
Por volta das 12h30 desta quinta-feira (21), o corpo do cantor Emílio Santiago foi sepultado, no cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. Cerca de 150 pessoa acompanharam a cerimônia, entre elas, famosos como o cantores Carlinhos Brown, Aguinaldo T
Corpo de Emílio Santiago é sepultado no Rio de Janeiro
Foto: jb.com.br

Pouco antes do sepultamento, sucessos do cantor, como a música Saigon, foram entoadas pelo público, em uma capela. Um saxofonista e um tecladista acompanharam o coro, enquanto imagens de Emílio Santiago eram exibidas em um telão.

"Ele foi um dos primeiros a me perceber como autor. Inclusive, foi um dos primeiros a interpretar músicas da Timbalada. Tinha um grau enorme, era uma das maiores vozes do mundo. Não sei se nós brasileiros temos percepção para mensurar essa perda. Emílio fez a gente compreender melodias e poesias. Ele so ia em coisas que tivesse o alcance do nível de interpretação dele. Perda não só para MPB, mas para o jazz, samba e groove. Era o Emílio Nat King Cole. A voz", afirmou Carlinhos Browns sobre o amigo.

Neguinho da Beija-Flor também fez questão de lembrar positivamente do amigo. "Ele era um irmão. Quando tive cancer, ele sempre me ligava, sempre perguntava como eu tava. Perdemos um Francisco Alves, um Jamelão. Uma referência, uma voz que daqui a mil anos vão se lembrar", opinou. Aguinaldo Timóteo também exaltou Emílio Santiago. "Só o conhecia há 47 anos. Não era uma amizade qualquer. Tinhamos afinidades em tudo. Éramos muito amigos. É doloroso o que aconteceu".

Emílio Santiago morreu na última quarta-feira (20), no Hospital Samaritano, devido a complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico.

De advogado a cantor de MPB

Emílio Santiago nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de dezembro de 1946. Apesar de ser formado pela Faculdade Nacional de Direito, a música sempre falou mais alto em sua vida. No ínicio, foi influenciado por cantores como Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e Anísio Silva. Depois, deixou-se levar pela bossa nova e a voz e violão do ícone João Gilberto.

Ainda na faculdade, começou a cantar em festivais e participou do programa de calouros A Grande Chance, apresentado por Flávio Cavalcanti, que o levou a gravar o primeiro compacto: Transas de Amor. Em 1975, gravou seu primeiro disco, intitulado Emílio Santiago, que o levou a ser conhecido nacionalmente. Em 1982, venceu o festival MPB Shell, da TV Globo, cantando Pelo Amor de Deus.

Chegou a cantar em diversos bares e casas noturnas no Rio de Janeiro e em São Paulo e, em 1985, foi escolhido como melhor intérprete no Festival dos Festivais, da TV Globo. Três anos depois, recebeu o convite de Roberto Menescal e Heleno Oliveira para fazer o primeiro disco da série Aquarela Brasileira, releitura de músicas clássicas da cultura brasileira. O projeto de sete discos foi um sucesso imediato e a série ultrapassou a marca de quatro milhões de cópias vendidas.

Apresentou-se na Europa e nos Estados Unidos e chegou a ser comparado a Johnny Mathis pelo crítico Stephen Holden, do New York Times, que o viu certa vez en um show no Ballroom, em Nova York. Em 2000, assinou com a Sony Music e gravou Bossa Nova, uma grande regravação de clássicos do gênero.

No ano seguinte, gravou Um sorriso nos lábios, tributo a Gonzaguinha e João Donato. O último disco de Emílio Santiago foi Só Danço Samba (Ao Vivo), lançado em 2012, o primeiro pelo selo de sua propriedade, a Santiago Music. Ao longo de sua carreira, Emílio Santiago lançou mais de 25 álbuns e quatro DVDs. Em 2013, ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode, por seu último trabalho.

Fonte: jb.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir