Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 02-04-2013

AS EQUAÇÕES DO ACASO
“Deixei de gostar da matemática, depois que x deixou de ser sinal de multiplicação”, William Shakespeare.
AS EQUAÇÕES DO ACASO

Acordar "em cima da hora" e não encontrar o que precisa. Acontece sempre. Quando chego a determinado lugar, pronto. Lembro que esqueci de alguma coisa na qual sequer me passa pela cabeça o que é. Aquela sensação de "algo está faltando", sabe? Acho isso normal. Faz parte da vida, atrapalhada ou não, de qualquer ser humano.

Assim como as folhas caem no outono, o gás sempre acaba no feriado. Um pessimista e paranoico diria que se trata de uma conspiração do universo. Eu já acho que é matemática. Como dois mais dois nunca serão cinco, uma linda mulher, de longe, acena, salta e pisca, mas não é para você. Tem um motivo lógico para isso. Basta olhar para trás e aí descobrir que os opostos não se atraem, e sim os semelhantes, pois outra bela e perfumada figura faz o sinal de volta. Revoltante!

O impressionante é que quando elogiamos alguém somos bajuladores. Se criticarmos, somos perversos. Seria um teorema, se pudesse ser comprovado. Tudo bem, não podemos agradar todo mundo, aliás, não é esse meu objetivo. Oscar Wilde já dizia: "Ah! Não me diga que concorda comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado". Absurdamente verdade e milimetricamente impreciso. Chego a pensar que não preciso aturar interpretações instantâneas, mesmo assim as considero... Idiotas. Apesar de tudo aceito numa boa. Versões inadequadas do que digo, por sinal, se multiplicam como decimais binários do facebook, twitter e outros programas afora.

Mudando de questão, após passar duas horas na recepção do hospital para ser atendido, o médico diz que seu caso é prioridade e que da próxima vez devo avisar. Avisar a quem? Aos que deveriam saber que o caso é prioridade? Realmente certas situações são para testar nossa pequena ou, talvez, nenhuma paciência, mas paciência. A vida é assim cheia de surpresas desagradáveis e, muitas raras vezes agradáveis. De vez em quando entra na conta uma quantia que você até esquece de que quando precisou ela não estava lá. Que alívio. Dá para tomar um sorvete. E desta vez sobrou dinheiro no fim do mês, mas só desta vez.
Falando no assunto, a fatura do cartão chegou pelos correios dois dias após o vencimento e o pagamento que deveria estar na conta há 20 dias não dá sequer sinal de vida. E a vida continua... Mesmo com as somas sendo menores que as subtrações.

Outro dia o despertador tocou às sete horas e pensei que mais cinco minutos resolveriam todos os problemas e que esses milagrosos instantes seriam cruciais para levantar-me do colchão com a disposição que jamais acontecera antes. Fechei os olhos novamente e quando os abri eram oito e meia. Resultado... Basta voltar ao primeiro parágrafo.

Se for buscar na psicanálise posso até encontrar explicação para tudo isso na equação etiológica freudiana. As causas concorrentes ou auxiliares, que são quaisquer perturbações "banais", não são suficientes para serem, sozinhas, causas de neuroses. Graças a Deus! Mas a aventura diária continua...

Inserindo a máxima de Einstein em que se as leis da matemática referem-se à realidade, elas não estão corretas. E, se estiverem não se referem à realidade. Opto, então, pela "equação do acaso" sendo a solução multiplicar os momentos quase perfeitos e dividi-los durante estes rompantes ocasionais, pois, já dizia Cazuza, "se você achar que estou derrotado saiba que ainda estão rolando os dados porque o tempo, o tempo não para". Mas esta equação, por outro lado, mesmo sem resultado, para por aqui, porém, antes, digo com toda certeza das ciências humanas exatamente que, em se tratando da vida ou de uma palavra, x jamais será igual a y, e vice-versa.

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir