Categoria Educação  Noticia Atualizada em 02-04-2013

Sem merenda, escolas têm ajuda de pais em Presidente Kennedy, ES
Mais de 17 toneladas de alimentos dos estoques escolares pararam no lixo. Não há açúcar, arroz e feijão nos colégios da cidade, diz secretária.
Sem merenda, escolas têm ajuda de pais em Presidente Kennedy, ES
Foto: g1.globo.com

Depois de descartar mais de 17 toneladas de merenda estragada, as escolas de Presidente Kennedy, no Sul do Espírito Santo, estão sem alimentos básicos e têm que contar com a ajuda dos pais de alunos para que mais de 2 mil estudantes não fiquem sem ter o que comer.

A Vigilância Sanitária do município descartou, no final de março, mais de 17 toneladas de merenda escolar contaminada por larvas, urina e fezes de ratos, de acordo com a procuradoria geral da cidade. Para a administração atual, o desperdício aconteceu durante a intervenção de um promotor de Justiça. A ex-secretária de Educação diz que a perda poderia ter sido evitada e acusa a atual gestão de negligência.

A secretária de Educação do município, Dalva Silva, informou que não há arroz, açúcar e feijão em nenhuma das 19 escolas de ensino básico e fundamental. "Conseguimos abastecer apenas as duas creches com parte da verba de compra direta. Foi realizada uma estimativa para que essa compra dê para 15 dias", explicou. Para que os alunos não fiquem sem ter o que comer no intervalo das aulas, a secretária diz que há uma colaboração dos pais. "Eles estão mandando o lanche dos filhos", afirma a secretária.

Segundo a pregoeira da prefeitura, Valquíria Goulart, após a especificação dos produtos, está sendo promovido o cadastro para licitação de preços. Esse processo estará concluído em 15 dias, quando será realizado um pregão para registro de preço e compra dos alimentos.

Revolta
Com a notícia de que mais de 17 toneladas de alimentos foram descartadas no lixo, moradores da cidade ficaram revoltados. O assunto nas ruas é o descaso com o dinheiro público. "É pouca vergonha, com tanta gente passando fome. Um descaso com a cidade. Esse alimento poderia ter tido um destino diferente", lamentou a dona de casa Neuza Barbosa, 61 anos.

A mulher diz que a neta foi estudar em Cachoeiro devido à falta de merenda. "Vários pais tiveram que tirar os filhos daqui, pois também estava faltando professor", acrescentou.

Para a estudante Ana Paula Serra, Kennedy é um município que tem dinheiro e não investe. "Aqui, a gente sempre espera algo: quando não é escândalo, são essas coisas", diz ela.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir