Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-04-2013

Participação feminina na Bovespa cresce 42% em 11 anos
Aos poucos, as mulheres vêm conquistando espaço no mercado de ações, campo historicamente masculino.
Participação feminina na Bovespa cresce 42% em 11 anos
Foto: br.advfn.com

Nos últimos 11 anos, elas aumentaram sua atuação na Bolsa de Valores em 42%: em 2002, detinham 17,63% das ações, e em março deste ano, alcançaram
25,11%. Os números são divulgados pela BM&F Bovespa.

Essa mudança no perfil do investidor, segundo Thiago Pessoa, coordenador da InvestMania, site brasileiro que possibilita a interação entre investidores e profissionais especializados, também altera os investimentos em si. "As mulheres pensam muito mais no longo prazo. Os homens são mais ansiosos e querem retorno imediato", diz. O Investmania, lançado em janeiro de 2012, reúne atualmente 37 mil investidores cadastrados em sua plataforma.

Uma das medidas que ajuda nesse crescimento feminino é o programa da BM&F Bovespa "Mulheres em Ação", lançado em 2003 e que se propõe a estabelecer um canal entre as mulheres e os mercados da Bolsa. Até hoje, ainda é um dos programas permanentes de
popularização dos mercados da companhia.

Para Pessoa, outra questão relevante é o fortalecimento da posição da mulher na sociedade. "Antigamente, o homem era o responsável pelas finanças da casa. Uma mulher podia até ter dinheiro, mas dava para o marido fazer os investimentos convenientes. Hoje, não: ela própria se resolve", afirma. A independência da mulher, assim, ajuda a emparelhar a atuação dos
sexos no mercado das bolsas de investimento.

Mesmo reconhecendo o crescimento feminino, Pessoa destaca que ainda há forte predomínio masculino na área. "Hoje, 90% do nosso público é composto por homens", comenta. Dentro desse universo, 40% estão acima dos 45 anos, público que o coordenador do Investmania define como o de "aposentados" – homens que, após a aposentadoria, se dedicam ao mercado financeiro como forma de ocupar o tempo livre. Os números da Bovespa confirmam esse interesse de pessoas mais velhas: 82% dos investidores têm mais de 45 anos - e 40,52% já passaram também dos 66 anos.

Mas Pessoa ressalta que é um equívoco considerar que, para participar do mercado de ações, é necessário dispor de tanto tempo livre. Segundo o especialista, quando se investe em longo prazo (o mais recomendado), basta que se realize o monitoramento das ações a cada seis meses. Essa dinâmica abre o caminho para os mais jovens, que podem conciliar o trabalho convencional com a função de investidor na Bolsa. "O importante é acreditar na empresa em que se está investindo", aconselha Pessoa.

Poupança em ações

Os números da análise de perfil dos investidores na BM&F Bovespa também trazem dados curiosos: 0,49% dos investimentos na Bolsa são feitos por cidadãos abaixo dos 15 anos. Pessoa explica que isso se dá quando os responsáveis pela criança usam seu CPF para comprar e vender ações. "É como uma poupança em ações", afirma. Ao completar 18 anos, o jovem pode então escolher entre resgatar os seus títulos ou prosseguir investindo neles.

Os números também revelam que os investimentos de pessoa física se concentram em sete Estados, seis deles das regiões Sudeste e Sul. O mais investidor é São Paulo, com 48,71% do mercado; depois estão Rio de Janeiro (24,17%), Rio Grande do Sul (6,44%), Minas Gerais (5,88%), Paraná (3,38%), Santa Catarina (2,88%) e Bahia (1,79%). Nao é coincidência que estes sejam os sete maiores PIBs do Brasil, conforme dados de 2010 do IBGE.

Fonte: economia.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir