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Protestos contra proibição de vans tumultuam trânsito no Rio

Com faixas e carros de som, motoristas e cobradores de vans da Rocinha protestaram contra a decisão da prefeitura do Rio de proibir a circulação dos veículos na Zona Sul da cidade, que entrou em vigor hoje.
Protestos contra proibição de vans tumultuam trânsito no Rio

Foto: midiacon.com.br

Por causa da restrição, os pontos de ônibus na comunidade estavam lotados nas primeiras horas da manhã. A espera por um ônibus chegava a mais de 40 minutos.

Os motoristas que deixavam a Barra da Tijuca em direção à Zona Sul e ao Centro do Rio encontraram trânsito caótico nesta segunda-feira.

O tráfego ficou congestionado na Autoestrada Lagoa-Barra, assim como no Elevado do Joá e na Ponte da Joatinga. Os reflexos chegaram nas avenidas Ministro Ivan Lins, Armando Lombardi e das Américas, na Barra da Tijuca.

Outro protesto de motoristas e cobradores ocorreu na pista sentido orla da Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon, Zona sul do Rio, por volta das 9h35.

A manifestação provocou lentidão em locais como a Praça Sibélius, na Gávea.

A restrição à circulação de vans na Zona Sul do Rio de Janeiro começa a valer a partir desta segunda-feira. Os veículos que compõem o sistema de transporte alternativo da cidade não poderão transitar nos bairros de Botafogo, Humaitá, Urca, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea e São Conrado. Nesses dois últimos bairros, poderão seguir operando as vans que têm autorização para as regiões das favelas da Rocinha e do Vidigal.

A determinação do prefeito Eduardo Paes foi publicada na última quinta-feira, e acontece poucas semanas depois que uma turista americana sofreu um estupro coletivo depois de pegar uma van em Copacabana. O namorado francês dela foi espancado. Logo após o crime, a prefeitura já tinha proibido que as vans e kombis da cidade transitem com películas negras nos vidros, que impedem a visão do interior do veículo.

Segundo o prefeito, o episódio apressou a proibição da circulação em 11 bairros da zona sul, que já seria tomada. O prefeito argumentou que a zona sul não carece de transporte alternativo, por ter uma boa capilaridade nos sistemas de ônibus e metrô. Ainda assim, a prefeitura pediu que as empresas de ônibus reforcem a frota a partir de hoje. Foi solicitado ainda ao Metrô Rio que a Linha 1, que liga a zona sul à Tijuca, na zona norte, tenha sua capacidade de circulação aumentada.

De acordo com Paes, o Centro será a próxima região da cidade que terá fortes restrições à circulação de vans. Ainda não há previsão de quando a medida será implementada. "Tirando duas linhas, que estão sendo licitadas e vão ligar basicamente o Vidigal ao Jardim de Alah e a Rocinha ao Jardim de Alah, não haverá mais nenhum lugar na zona sul em que será permitida a circulação de vans. Aliás, no Centro também será assim. São regiões que não precisam de transporte complementar, pois já contam com metrô, ônibus e táxis. O objetivo da van é ser complementar a uma rede de transporte, devemos colocá-la onde a dificuldade de acesso à rede de transporte é grande, como em alguns sub-bairros das zonas Norte e Oeste", afirmou o prefeito, na semana passada.

Fiscais da secretaria de Transportes estão em 24 pontos de bloqueio para fiscalizar o cumprimento da medida. Quem for flagrado terá o veículo apreendido, além da aplicação de multas. Cerca de 300 homens atuarão na fiscalização, além de 50 reboques para dar apoio. Segundo a secretaria de Transportes, desde o último dia 11 de março, as fiscalizações da Coordenadoria Especial de Transporte Complementar já apreenderam mais de 600 veículos em situação irregular em toda cidade, entre vans, kombis, ônibus e carros particulares.

Aproximadamente 6 mil vans e kombis regularizadas circulam pela capital fluminense. Estima-se que haja um mesmo número operando de forma ilegal. O sindicato que contempla os representantes do sistema de transporte alternativo no Rio anunciou que vai contestar a medida da prefeitura na Justiça.

Fonte: www.jb.com.br

Por: Maratimba.com | Imprimir