Enrico Letta, dirigente da esquerda moderada designado pelo presidente italiano para formar governo, começou hoje as consultas com os partidos políticos para formar um novo executivo em Itália.
Foto: www.dn.pt Até agora vice-secretário do Partido Democrata (PD), Letta, de 46 anos, começou as consultas, que decorrem na Câmara de Deputados, com os dirigentes do partido Esquerda Ecologia e Liberdade (SEL), liderado por Nichi Vendola, até agora aliado do PD.
Após a reunião, Vendola, que é também presidente da região de Puglia (sul), disse que o seu partido estará na oposição, porque considera errado um governo de ampla maioria, com a presença dos grandes partidos, num momento como o atual, em que os cidadãos pedem mudanças e uma nova forma de fazer política.
O líder do SEL assegurou que o grupo não fará uma oposição populista e acrescentou que o futuro executivo tem, entre outras coisas, de enfrentar a crise económica que se vive no país e dar uma resposta aos chamados "esodati", termo que designa as dezenas de milhares de trabalhadores numa situação de "limbo" laboral devido à alteração da idade de reforma.
O governo terá também de discutir com a Europa a política de austeridade, recusada pelo SEL, e mudar a lei eleitoral, acrescentou Vendola.
A
pós Vendola, Letta reuniu-se com o grupo misto do Senado e da Câmara de Deputados, de que faz parte o líder do pequeno partido do Alto Adigio (subTirol), Subtiroler Volkspartei.
Durante a manhã, encontrou-se também com Giorgia Meloni, que foi ministra de Silvio Berlusconi e atualmente dirige o partido de direita "Fratelli dItalia" (Irmãos de Itália), e com dirigentes da minoria linguística do Valle de Aosta.
Meloni anunciou que o seu grupo não apoiará o governo de Letta, considerando que um executivo de ampla maioria não resolve os problemas, mas mostrou-se disposta a apoiar a reforma da lei eleitoral e a votar com o governo a em temas como o emprego.
Letta ainda se reunirá hoje com os líderes do partido do primeiro-ministro em funções, Mario Monti, e com os da Liga Norte.
O grupo de Monti já anunciou a disponibilidade para apoiar o executivo, enquanto a Liga Norte ainda não decidiu e está à espera do encontro de hoje.
À tarde, reunir-se-á com os porta-vozes no Senado e na Câmara de Deputados do Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi, Giuseppe Schifani e Renato Brunetta; do PD, Luigi Zandi e Roberto Speranza; e do Movimento 5 Estrelas, Claudio Crimi e Roberta Lombardi.
O PDL e o PD anunciaram a sua disponibilidade para apoiar o executivo, enquanto o Movimento de Beppe Grillo votará contra.
Letta aceitou formar governo, mas alertou que não o fará "a qualquer preço".
Os encontros de hoje servirão para confirmar se conta com o apoio necessário para formar governo, que já denominou "Governo de serviço ao país".
Fonte: www.dn.pt
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