Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 29-04-2013

ARREBENTE A BOCA DO BALíO
“Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade”, Cecília Meireles.
ARREBENTE A BOCA DO BALíO

O que será que tem dentro da bexiga? Ar? Não foi o que aconteceu na dinâmica de grupo realizada com os residentes na Casa Reviver em Mimoso do Sul. Imaginem cerca de 20 pessoas. Cada uma com seus problemas representados pela "bola de soprar". A primeira coisa que vem à cabeça é jogar fora ou afastar-se daquela situação. Não foi o que aconteceu.

Num círculo, cada um ficou com seu problema nas mãos e, de repente, a ordem:

- Joguem para o alto.

A intenção era que todos juntos, em mútua ajuda, conseguissem "balebar" os problemas. Mas, o inesperado acontece. Pode crer.

Há um salão para reuniões e a coordenadora da dinâmica decidiu fazer o exercício no pátio do sítio. Quando eles jogaram as bexigas para o alto uma ventania levou os balões para lugares aleatórios e a correria começou. Algumas foram recuperadas, outras ultrapassaram os muros da instituição e muitas estouraram. Não era essa a intenção original da voluntária, mas, a surpresa serviu para ensinar uma lição importante a todos. Inclusive à equipe que acompanhava o processo.

Se a bola simbolizava um problema, por que fazer questão de segurá-la?
Às vezes achamos que temos controle sobre determinada situação e, num piscar de olhos, aquilo que parecia fácil torna-se complicado. Fazemos o possível para esquivarmos de certas situações. Na verdade, a coragem de enfrentá-las vai definir quem realmente somos.

Admitir que temos problemas, sejam eles quais forem, pode nos ajudar a compreendê-los e, assim, seguirmos em frente, com ele solucionado ou não. Vai depender do que se trata, mas, em se tratando de saúde física, mental e até espiritual o ideal é que estejamos preparados o tempo todo, porque nem sempre o vento está a nosso favor.

Por isso conhecimento é o melhor treinamento. O navegador sabe que a ventania, ao passar por ambos os lados da vela, percorre vários caminhos e possui velocidades diferentes, mesmo assim consegue utilizar o vento contrário como propulsão.

No fim da dinâmica todos descobriram que dentro da bexiga havia uma palavra de encorajamento para que superassem aquele problema que crescia ao ser preenchido com o ar dos pulmões e fugia do controle ao ser separado de quem o soprou.

Concluí que o melhor a fazer para conviver com meus fantasmas é erguer a cabeça, arregaças as mangas, respirar fundo, soprar e arrebentar a boca do balão. Literalmente!

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir