Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 10-05-2013

MíE DE VERDADE
Uma pergunta que não se faz no Dia das Mães: Se tivesse o poder de escolher sua própria mãe, você escolheria esta que você tem?
MíE DE VERDADE

É uma pergunta retórica que, no fundo, no fundo, alguns poderiam respondê-la, pelo menos intimamente, mas a descartariam, ainda mais, numa data como essa. O Dia das Mães foi instituído para dizer: "Eu te amo!, "Você é a melhor mãe do mundo!", "Você é linda, maravilhosa!". E o Comércio, de olho em nosso cartão de crédito, acha pouco: "Diga isso, acrescido de um presente pago em dez prestações. É mais significativo!"

Penso em alguém, vítima de preconceito, de bullyng, devido a traços fisionômicos herdados da mãe, dizendo, não muito feliz: "Estes cabelos que detesto são herança da mamãe..." "Estas bochechas...", "Este nariz..." Este isto, este aquilo... "Enfim, apesar de tudo, eu amo a mãe que tenho...". E outros, numa conformação meio denunciadora: "De que adianta reclamar? Ninguém escolhe mãe..."

Entretanto, a Fé Cristã fala de uma genitora que foi escolhida especificamente. Estou falando de Maria de Nazaré, escolhida para ser mãe do Messias, - Jesus, o Cristo de Deus. Sem polemizar, aceitemos que não foi o menino Jesus quem a escolheu, mas o Pai, na sua onisciência, (sem entrar nas considerações em torno da trindade) sabia de antemão, a quem pertencia o ventre que traria seu Filho à luz. Se Maria não era perfeita como mãe, aproximava-se disso. Yavé não faria uma segunda escolha. Seria ela. Foi ela. A "bendita entre as mulheres" . A mãe especial.

Curiosos, nos perguntamos o que fez dela única entre milhares. O que o Deus Criador viu nessa jovem de padrão social abaixo da crítica, academicamente despreparada, habitante de uma comunidade desprezível... É. Quais os quesitos considerados para fazer dela a eleita?

A Bíblia destaca beleza física de algumas mulheres – Sara, Rebeca, Bath-Seba, Esther... Mas de Maria, nenhuma palavra. Não que ela não tivesse atributos físicos. Mas, pela ausência do destaque não pode ter sido esse o quesito principal. Aliás, está escrito "Enganosa é a graça, vã a formosura..." Jeová gosta da avaliação atitudinal: "Até a criança se dá a conhecer pelas suas atitudes..."

Não é difícil observar a atitude de Maria em relação a Deus. Já por despertar a atenção d’Ele, estamos diante de uma vida de santidade. Por aceitar uma incumbência tão comprometedora, vê-se a sua humildade, a sua fé. Considerando a sua expressão: "Eis aqui a serva do Senhor.." Pode-se ver nela uma mulher disposta a servir. E o que mais agradou a Quem a escolheu foi sua obediência. Jeová sempre prezou a obediência sobre as demais virtudes!

Sem muito esforço percebemos a sua atitude em relação ao marido, seu noivo, seu companheiro. Intui-se que Maria honrava ao seu esposo. Honrar é respeitar, é reconhecer a posição e conviver harmoniosamente. José era o líder da casa. Liderar é, no mínimo, ser ouvido nas decisões de casal. Diz a narrativa que José não queria infamar Maria diante daquela "gravidez inexplicável". Certamente houve diálogo, houve busca da verdade, houve entendimento.

Jeová, na sua infinita sabedoria, deve ter acrescentado como quesito a atitude daquela mãe em relação ao que haveria de nascer. A relação com Jesus é ponto chave da escolha. Era preciso uma mãe que aceitasse as consequências inerentes ao fato de ter sido eleita. Maria as aceitou. Buscou-se uma mãe que entendesse, desde o início, que aquele Filho teria que ser compartilhado com muitos. E ela não foi egoísta. Era necessário uma mãe que mostrasse Jesus como aquele que possuía – e só Ele - a prerrogativa de medianeiro, o ponto de apoio para o mundo. Pois foi ela quem disse, no contexto do primeiro milagre: "Fazei tudo quanto ele vos disser...", antecipando-se, com essa atitude, à Voz que se fez ouvir no monte da transfiguração: "Este é o meu filho amado. A Ele ouvi!" Era preciso descobrir uma mãe que, acima de tudo, amasse o Filho até o fim. E ela não se omitiu em seu amor por Ele..

Gosto de observar que, no Calvário, Jesus dirigindo-se a João, apresentou-lhe sua mãe assim: "Filho, eis aí tua mãe." Para mim, é como se Ele estivesse dizendo: "Esta aí foi uma mãe de verdade. Vocacionada. Nela tu encontrarás tudo o que Deus aprecia e aprova numa mãe."

A ser verdade o provérbio "A mão que embala o berço é a mão que rege o mundo", o que a sociedade moderna está precisando é de mães tipo Maria. Mães vocacionadas. Mães de verdade.

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir