Categoria Politica  Noticia Atualizada em 11-05-2013

Ustra diz que Dilma integrava organização que queria "ditadura do proletariado"
Coronel afirma que militares lutaram pela democracia contra terroristas e que sem ditadura Brasil viveria hoje em um "Cubão".
Ustra diz que Dilma integrava organização que queria
Foto: correiodobrasil.com.br

São Paulo – O coronel reformado e ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo, Carlos Alberto Brilhante Ustra, disse hoje (10) em declaração que antecedeu seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) que ele cumpriu seu papel na ditadura no "combate ao terrorismo".

"Desejo ressaltar que cumpri ordens legais, do Exército Brasileiro, e que enfrentei organizações que cujo objetivo final era a ditadura do proletariado, era o comunismo, inclusive organizações a que nossa atual presidenta da República pertenceu", disse, no texto lido aos integrantes da CNV.

Ustra disse também que, se não fosse pelos militares, o Brasil seria hoje "um enorme Cubão", e não existiria democracia no país. "Lutamos pela democracia, e terroristas foram eleitos pelo voto dentro da democracia que nós preservamos. A luta armada não foide combate à ditadura, foi para a implantação do comunismo no país."

O passado de Dilma na resistência à ditadura havia sido explorado na campanha de 2010 por apoiadores da ditadura. Em palestra dada a portas fechadas pelo então adversário da presidenta, José Serra, no Clube Militar da Aeronáutica, no Rio, o tucano foi questionado por alguns militares porque sua campanha não "abria a biografia da senhora Dilma e expunha as verdadeiras intenções do PT".

Denúncias
Ustra compareceu à CNV amparado por habeas corpus que lhe garantia o direito de permanecer calado, mas, frente às perguntas, o coronel acabou falando. "Quero dizer que tenho consciência com tranquilidade, nunca ocultei cadáver, nunca cometi assassinato, agi na lei e na ordem, nunca fui um assassino. Vou em frente e não vou me entregar."

Na semana passada, o Ministério Público federal apresentou à Justiça Federal em São Paulo denúncia contra Ustra. Segundo o grupo de Justiça de transição, Ustra é o responsável pela ocultação do cadáver de Hirohaki Torigoe, integrante do Movimento de Libertação Popular, um grupo de resistência à repressão. Questionado a respeito, Ustra afirmou que o jovem foi enterrado com nome falso porque, quando morto, usada identidade falsa.

Os procuradores afirmam que Torigoe foi sequestrado pelos órgãos de repressão em 5 de janeiro de 1972. De acordo com duas testemunhas, o militante foi levado para o interrogatório no DOI-Codi, e houve uma discussão entre os policiais sobre a conveniência de interrogá-lo naquele momento, em que estava ferido. A família só soube da morte por uma informação divulgada na televisão no dia 19 de janeiro.

A ficha necroscópica afirmava se tratar de "elemento terrorista que travou tiroteio com policiais", mas colocava como nome de batismo Massahiro Nakamura. Ao ver uma notícia a respeito, Nakamura procurou o Deops para retificar a informação, mas o então delegado Alcides Singillo recusou-se a promover a retificação de óbito, o que levou a que a família descobrisse o destino do corpo apenas na década de 1990, quando foi descoberta a vala clandestina aberta em Perus.

Fonte: www.redebrasilatual.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir