Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 25-05-2013

Sinto muito!
�Eu nunca mais vou respirar, se voc� n�o me notar�, Cazuza.
Sinto muito!

Uma coisa que me tira do s�rio � n�o conseguir entender como h� pessoas que n�o entendem de um determinado assunto e, mesmo assim, se acham no direito de opinar ou at� influenciar diretamente na vida ou destino de outros. � o caso de um m�dico perito do INSS. Um analfabeto em se tratando de doen�as e co-morbidades. Se � que sabe o que � isso.

O doutor corta benef�cios de doentes cr�nicos por pura falta de interesse em conhecer como s�o tratados os pacientes e ainda, pode-se dizer, por preconceito. Acha que toda comunidade terap�utica vive na base do "orar e capinar" o que n�o � o nosso caso, doutor!

Pronto, escrevi, mas n�o � disso que se trata. Trata-se de mim. Eu sinto muito. Qualquer coisa. E mais do que a maioria das pessoas. N�o por ser bondoso, virtuoso ou coisa parecida. � patol�gico. Tenho transtorno de personalidade lim�trofe, ou bordeline, para os mais chegados... Muito prazer!

Quando estou triste ou alegre a intensidade � incomparavelmente superior a de algu�m que vivenciou a mesma situa��o de alegria ou de dor, f�sica ou psicol�gica. N�o � carma... Calma gente tem tratamento.

� muito sentimento para pouco "cora��o". Adversidade, rejei��o, desaprova��o s�o terrivelmente devastadores para suportar. Chama-se borderline por isso, porque os borders vivem no limite das emo��es. � o transtorno dos afetos. O amor deve ser funcional, positivo, caso contr�rio desanda, n�o tem sabor, torna-se desamor.

Tirando isso, segundo especialistas, a personalidade border, ou, como dizemos, o tra�o border, pode ser muito interessante, se ela n�o tem ataques de f�ria, depend�ncia. Grandes causas sociais demandam pessoas com enorme capacidade de sentir empatia, com vasta sensibilidade e que precisam de um alto grau de aceita��o. Ufa! N�o sou um monstro (de vez em quando).

Tenho, apesar de tudo, uma qualidade derivada disso: autopercep��o. O que tento, todos os dias, � transformar o transtorno em tra�o: ou seja, continuar a ser sens�vel, emotivo, mas n�o capotar no que fatalmente me derrubaria. Canalizar os sentidos, sentimentos ou afetos para coisas produtivas s�o o caminho para a felicidade, mesmo na adversidade.

E como dizia Che Guevara: "correndo o risco de parecer rid�culo, deixem-me dizer-lhes que o verdadeiro revolucion�rio � guiado por grandes sentimentos de amor". Sentimentos, indigna��es, causas eu tenho, e de sobra!

Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir