Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-06-2013

Polícia reprime manifestação em Istambul pelo segundo dia consecutivo
A polícia turca reprimiu neste sábado pelo segundo dia consecutivo uma manifestação no centro de Istambul contra um projeto urbanístico que se transformou em protesto contra o governo do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.
Polícia reprime manifestação em Istambul pelo segundo dia consecutivo
Foto: www.esquerda.net

Diante de um dos maiores protestos já registrados contra o governo islamita, Erdogan, que muitos de seus opositores consideram conservador e autoritário, afirmou que a polícia permanecerá mobilizada e que não recuará no projeto que provocou os protestos e a repressão policial, com um saldo de dezenas de feridos desde a manhã de sexta-feira.

Os protestos foram originados por um projeto de renovação da praça Taksim que prevê a supressão do parque Gezi para a construção de um centro cultural e a renovação de um quartel da época otomana.

Neste sábado, após um longo frente a frente com os manifestantes que montaram uma barricada na avenida Istiqlal, uma rua de pedestres com lojas que leva à praça Taksim, as forças de segurança dispararam bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão, constatou a AFP.

Os manifestantes responderam lançando pedras e garrafas.

"Isto todos fazem: esquerdistas, direitistas, inclusive partidários de Erdogan. As pessoas estão furiosas e estou orgulhosos delas", declarou Ataman Bet, um comerciante de 33 anos que considera que os danos sofridos por seu bar são um "sacrifício necessário".

Os incidentes começaram na manhã de sexta-feira, quando a polícia desalojou com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo uma centena de pessoas que acampavam em um parque da praça Taksim, no centro da cidade, para impedir que os serviços municipais arrancassem 600 árvores no âmbito de um projeto imobiliário.

A oposição ao projeto da prefeitura, controlada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, chegou ao plano político e agora são feitas críticas a outros projetos de construção em Istambul, em particular uma terceira ponte no estreito do Bósforo, cuja primeira pesar foi colocada na última quarta-feira, e um aeroporto gigante.

A violenta intervenção policial de sexta-feira deixou muitos feridos e provocou uma forte mobilização de grande parte da população, que foi se unindo aos protestos ao longo do dia.

Neste sábado, Erdogan indicou em um discurso pronunciado em Istambul que a polícia permanecerá na praça Taksim para manter a ordem e que o governo não recuará no projeto urbanístico que originou os protestos.

Erdogan também pediu que os manifestantes "parem imediatamente com os protestos" para não prejudicar "os visitantes, pedestres e comerciantes".

"A polícia esteve ontem, está de serviço hoje e estará novamente amanhã porque a praça Taksim não pode ser um lugar onde os extremistas fazem o que querem", declarou.

"Vamos reconstruir o quartel militar" previsto no projeto de remodelação da praça Taksim, disse o primeiro-ministro.

"Peço aos manifestantes que parem imediatamente com os protestos para evitar mais danos aos visitantes, aos pedestres e aos comerciantes", acrescentou.

A Anistia Internacional criticou o "uso excessivo da força diante de manifestantes pacíficos" e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou os ataques deliberados contra jornalistas, um dos quais foi ferido na cabeça.

Erdogan também se tornou alvo nas redes sociais, onde na sexta-feira era chamado de "Tayyip, o químico" ou "o homem que gasifica", em alusão à grande utilização de bombas de gás lacrimogêneo.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir