Categoria Policia  Noticia Atualizada em 10-06-2013

Por demanda brasileira, cidades paraguaias se dedicam ao cultivo de maconha
Comunidades camponesas inteiras do Paraguai, principal produtor de maconha da Am�rica do Sul, se dedicam ao cultivo de grandes planta��es da droga, e s�o o "lado mais fraco" do narcotr�fico entre ambos os pa�ses.
Por demanda brasileira, cidades paraguaias se dedicam ao cultivo de maconha
Foto: noticias.terra.com.br

Essas comunidades, de entre 40 e 60 membros, se dedicam "aberta e descaradamente" � produ��o em massa da droga nas zonas rurais fronteiri�as, explicou � ag�ncia EFE o diretor da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), Francisco de Vargas.

Os extensos e verdes campos paraguaios da regi�o oriental, que engloba os departamentos de Alto Paran�, Canindey� e Amambay, escondem entre cultivos comuns de milho ou mandioca grandes planta��es de maconha nas quais trabalham centenas de camponeses.

Pequenas cidades como a de Itakyry, a cerca de 100 quil�metros de Ciudad del Este, em Alto Paran�, contam com "comunidades inteiras" ligadas direta ou indiretamente � produ��o de maconha.

Devido � proximidade com o Brasil, o maior consumidor de maconha da regi�o, e �s condi��es do solo e do clima, favor�veis para a produ��o dessa erva, existem no Paraguai territ�rios de centenas de hectares onde ela � cultivada. A pouca presen�a do Estado e a "cumplicidade" das autoridades locais nessas regi�es facilitaram que estas comunidades se dediquem � atividade ilegal, segundo De Vargas.

Uma opera��o de dez dias da Senad que terminou em 31 de maio tornou poss�vel que seus agentes apreendessem 142 toneladas de maconha em Itakyry, onde encontraram 18 acampamentos dedicados � produ��o e estocagem da droga. S� nessa opera��o, que elevou para pouco mais de 200 toneladas as apreens�es em 2013, a Senad recolheu mais maconha que em todo o ano anterior (128 toneladas).

A opera��o, que contou com o apoio da Pol�cia Federal (PF) e do Departamento Americano Antidrogas (DEA), incluiu a destrui��o de 79 hectares de planta��es, segundo a Senad. "A quantidade impressionante de produ��o de maconha tem necessariamente a ver com os altos �ndices de corrup��o das autoridades em nosso pa�s", admitiu De Vargas.

Entre os restos de um dos acampamentos que as redes do narcotr�fico disp�em para que os camponeses descansem e estoquem a droga, os agentes da Senad acumularam centenas de sacos cheios de erva, tabletes de maconha prensada e utens�lios de trabalho, que foram incinerados.

De Vargas declarou que a atividade � realizada "impunemente e h� tempos", e acrescentou que "� dif�cil esconder toda essa quantidade de droga" atrav�s das estradas internacionais, onde "normalmente" h� a��es de controles policiais.

O Paraguai � o principal produtor de maconha na regi�o. Em todo o continente americano, apenas o M�xico produz mais que o pa�s de 6,5 milh�es de habitantes, segundo a Senad. Nada menos que 80% da droga produzida no Paraguai tem o Brasil como destino, e o restante vai para os mercados de Argentina, Uruguai, Bol�via e Chile.

Os produtores de maconha se organizam em cooperativas que identificam seus pr�prios sacos do produto e contam com infraestrutura, e luz el�trica e estradas, explicou � EFE o diretor de Opera��es Especiais da Senad, Luis Rojas.

Cada comunidade conta com uma grande rede emissora grande de pessoas envolvidas, cerca de 60 oper�rios por planta��o que cobram entre 40 mil e 100 mil guaranis (R$ 19 e R$ 48, respectivamente) por dia, dependendo de seu n�vel de especializa��o, informou Rojas.

No processo, alguns se dedicam ao cuidado das planta��es, que costumam ocupar entre dez e 15 hectares, gerando uma produ��o anual de cerca de 45 toneladas de droga; outros s�o "mais especializados" no peneiramento e prensagem da maconha, e outros vigiam as planta��es.

Rojas especificou que os cuidadores e trabalhadores n�o s�o o alvo de suas opera��es, pois os considera "o lado mais fraco" de um problema social mais complexo, em um pa�s que tem um ter�o da popula��o abaixo da linha de pobreza.

A compra e distribui��o da droga paraguaia s�o feitas por grupos criminosos brasileiros, que s�o os que t�m a maior parte do lucro do narcotr�fico, segundo Rojas. "Mesmo que erradiquemos toda a maconha do Paraguai, enquanto houver demanda no Brasil, os produtores encontrar�o alguma forma de fazer isso", concluiu De Vargas.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir