Categoria Policia  Noticia Atualizada em 12-06-2013

Detento finge ser padre e aplica golpes
"Vivi momentos de terror", diz v�tima.
Detento finge ser padre e aplica golpes
Foto: g1.globo.com

Uma aposentada de 45 anos, que preferiu n�o ter o nome divulgado, diz que viveu "momentos de terror" ao ser informada que a filha, de 28 anos, estava com um tumor no pulm�o. Ela foi uma das v�timas de um golpe aplicado em familiares de pacientes internados em cl�nicas e hospitais de Campo Grande. O suspeito pelos crimes � o detento do Pres�dio de Seguran�a M�xima de Campo Grande, Valfrido Gonzales Filho, de 34 anos. Ele prestou depoimento na 1� Delegacia de Pol�cia Civil nesta ter�a-feira (11).

Segundo o delegado Wellington de Oliveira, que investiga o caso, o suspeito se passava por m�dico e at� por padre, conseguindo dinheiro das v�timas. A estimativa � que ele tenha recebido aproximadamente R$ 25 mil. Ao G1, o detento negou todas as acusa��es, mas segundo o delegado, ele confessou os crimes durante o depoimento.

A aposentada relatou ao G1 que a filha teve pedras na ves�cula e precisou passar por uma cirurgia. Ela foi internada no dia 28 de maio no Hospital Adventista do P�nfigo. No dia seguinte, 29 de maio, a aposentada recebeu uma liga��o. "Ele ligou no celular do meu filho e se passou pelo m�dico que estava cuidando da minha filha", contou.

O golpista disse para a m�e que, ap�s a cirurgia, a filha foi submetida a uma radiografia e que ele detectou um tumor no pulm�o dela. Ele disse ainda, que a jovem precisaria ser submetida a um exame mais detalhado, mas que antes, precisaria tomar um medicamento que custava cerca de R$ 4,5 mil, que teria que ser comprado � parte.

"Tudo que ele disse, somente o m�dico sabia, somente gente l� de dentro do hospital sabia", afirmou ela. A aposentada lembra que o "m�dico" prop�s a venda do rem�dio pela metade do pre�o, mas ela disse que n�o tinha o dinheiro.

Ainda segundo a v�tima, o golpista disse que tinha uma amiga, dona de um laborat�rio, e que ia entrar em contato com ela para ver se conseguia um desconto. "Cinco minutos depois ele me ligou e disse que eu poderia comprar por R$ 980. Eu disse que ia conseguir o dinheiro", contou.

Com a orienta��o do golpista, a aposentada depositou o valor na conta de uma mulher, que ele disse ser a dona do laborat�rio.

A m�e diz que n�o lamenta a perda do dinheiro, mas o que passou. " O mais grave foi que ele me disse que a minha filha estava com um tumor. Eu vivi momentos de terror por causa disso", afirmou ela. "Ainda estou em estado de choque, estou abalada".

Golpe
Segundo a Pol�cia Civil, o detento estava praticando os golpes h� cerca de 10 dias. Ele usava o celular para fazer liga��es de dentro do pres�dio para hospitais e cl�nicas e se identificava como padre ou como m�dico para conseguir informa��es sobre pacientes em estado grave ou que haviam passado por cirurgia.

Quando se passava por padre, dizia aos funcion�rios da cl�nica que queria fazer a un��o dos enfermos (rito crist�o para enfermos) e pedia informa��es sobre o estado de sa�de do paciente, al�m do contato dos familiares.

Segundo a pol�cia, ap�s conseguir o contato, o suspeito ligava para os familiares do paciente e dizia que era m�dico. Gonzales Filho, de acordo com o delegado, explicava que a pessoa teria que ser submetida a outra cirurgia ou novos exames que o conv�nio de sa�de n�o cobria. Depois disso, o suspeito pedia dinheiro e orientava que o dep�sito deveria ser feito em diversas contas banc�rias.

Conforme Oliveira, o detento at� negociava com a fam�lia do paciente. "Ele dizia que conseguia desconto nos pre�os, reduzia os valores", explicou o delegado. A pol�cia descobriu cinco casos de estelionato e uma tentativa. Em um dos golpes, o suspeito chegou a receber R$ 16 mil em dep�sitos.

Den�ncias
A pol�cia recebeu as primeiras den�ncias no dia 29 de maio. O suspeito foi identificado depois que uma das contas banc�rias repassadas �s v�timas foi rastreada pela pol�cia. "Descobrimos que a conta era do familiar de um detento que estava na mesma cela que ele", explicou Oliveira.

Segundo a Pol�cia Civil, o homem est� preso desde agosto de 2012, quando foi condenado por estelionato. Em junho daquele ano, conforme dados do Tribunal de Justi�a de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), ele havia perdido o benef�cio da regress�o do regime, por falta grave.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir