Categoria Acidente  Noticia Atualizada em 13-06-2013

"Fui ameaçado", diz motorista que atropelou manifestantes em SP
Engenheiro falou ao G1 que queria proteger sua família de vândalos. TV Globo gravou atropelamento na terça-feira (11) na Avenida Paulista.

Foto: g1.globo.com

O motorista que atropelou três manifestantes na noite de terça-feira (11) e foi acusado de fugir do local sem prestar socorro às vítimas alegou que só acelerou seu Fiat Uno porque estava sendo ameaçado por vândalos e queria proteger sua família. E que não parou porque temia ser linchado.
O atropelamento foi gravado pela TV Globo. Em entrevista por telefone ao G1, o engenheiro civil Leandro Segala declarou que ele e seus parentes é que foram as vítimas dos jovens que protestavam na Avenida Paulista, centro de São Paulo, contra o aumento nas tarifas de transportes.

"Fui ameaçado e quis proteger minha família", afirmou nesta quinta-feira (13) Leandro Segala, que tem 33 anos, e seguia com sua mulher, um filho de 14 anos e sua mãe no veículo quando foi impedido de continuar seu trajeto por um grupo de aproximadamente dez manifestantes.

"Eu voltava do hospital onde meu pai foi operado, por conta de um câncer. tinha ido com minha mulher e filho buscar minha mãe e dar um beijo no meu pai", disse Segala.

Segundo ele, essas pessoas estavam alteradas e passaram a chutar o veículo, subindo no capô, sacudindo o automóvel com sua família dentro dele. "Com todos aterrorizados de medo e gritando socorro", informou Segala no boletim de ocorrência registrado no 33º Distrito Policial, em Pirituba, na Zona Norte, como ‘crimes contra o patrimônio por dano’.
"Que no ato de desespero e temendo pela sua família conseguiu fugir, acelerando o seu veículo do local, parando a alguns metros adiante, onde foi perseguido pelos arruaceiros, com isso decidiu sair do local e se dirigir a uma delegacia de polícia", continua o documento obtido pelo G1. (Veja acima vídeo de reportagem que mostra o atropelamento)
"Eu tinha visto um espaço para fugir e acelerei. Foi quando os manifestantes se jogaram na frente do meu carro. Quando parei à frente, vi uma multidão correndo em minha direção, tentando me linchar. Fiquei com medo", reforçou o engenheiro à equipe de reportagem.

Também por telefone, o advogado de Segala, Pietro Sidoti, afirmou que seu cliente e a família dele foram vítimas de "bandidos que agiram como quadrilha". "Ele ainda tentou desviar do grupo", disse o defensor do engenheiro.

Como o atropelamento também foi registrado no 78º DP, nos Jardins, Segala terá de comparecer à delegacia para prestar esclarecimentos. Lá, o boletim de ocorrência teria sido feito como fuga após atropelar pedestres. Não há informações sobre a gravidade das lesões que teriam sido provocadas nos três manifestantes atropelados.

"Por questão de segurança, ele não vai se apresentar ainda", justificou o advogado Sidoti, pela manhã. Depois, à tarde, informou que seu cliente mudou de ideia e foi ao 78º DP prestar depoimento.
Nos três atos organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o preço de R$ 3,20 nas tarifas do transporte, 27 pessoas já foram detidas. Desse total, 13 continuavam presas até está quinta.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir