Os manifestantes da Turquia anunciaram neste sábado em um comunicado que vão continuar com a "resistência" contra "todo tipo de injustiças", mas não esclareceram se isto significa que vão manter o acampamento no parque Gezi de Istambul.
Foto: noticias.terra.com.br "Com o dinamismo e a força de nossa luta, que se estendeu por todo o país e inclusive o mundo, vamos continuar a resistência contra todo tipo de injustiças", afirmou em comunicado o movimento Solidariedade Taksim, que atua como porta-voz dos manifestantes. "Comparado com o que éramos há 18 dias, agora somos mais fortes, mais livres e temos mais esperanças", acrescentou o texto.
O presidente do Partido Liberdade e Solidariedade (ÖDP), Alper Tas, explicou à agência EFE que a maioria dos partidos políticos vão retirar suas tendas e será mantida uma única, do movimento Solidariedade Taksim, e algumas barracas de ativistas ambientais.
Entre as barracas do acampamento é possível ver, por enquanto, bandeiras e insígnias de todo tipo de partidos políticos, de nacionalistas a marxistas, pró-curdos e inclusive islamitas de esquerda, mas a maioria dos acampados se declaram alheios às siglas e alguns inclusive veem com receio a presença desses símbolos políticos.
Segundo a emissora turca NTV, a declaração concreta sobre os passos que serão seguidos e a permanência ou não no parque foi adiada para as 9h (de Brasília).
O comunicado do movimento Solidariedade Taksim reitera a exigência de que sejam investigados e punidos os responsáveis pela violenta repressão policial, que deixou três manifestantes mortos e mais de 5 mil feridos, e que também sejam libertados imediatamente as pessoas detidas nos protestos.
Nas últimas horas aconteceram debates entre os ativistas, após a reunião mantida até a madrugada da sexta-feira entre o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, e os representantes dos manifestantes, que terminou com a promessa do Executivo de que respeitará o parque Gezi. Erdogan garantiu que vai respeitar a decisão dos juízes sobre a legalidade do projeto de reforma urbanística, e caso receba um sinal verde da corte, vai convocar um referendo entre os cidadãos de Istambul.
Os protestos ambientalistas contra a planejada reforma de um dos últimos espaços verdes de Istambul foi o estopim da maior onda de manifestações antigovernamentais no país em uma década.
Fonte: noticias.terra.com.br
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