Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 21-06-2013

Imaginava-se tudo na Copa, menos os protestos
Est�dios inacabados, caos a�reo, blecaute de comunica��o e ruas congestionadas estavam no cen�rio imaginado por cr�ticos como poss�veis problemas na Copa das Confedera��es e no Mundial de 2014, mas n�o se previa que uma onda de protestos em todo o Brasil
Imaginava-se tudo na Copa, menos os protestos

As manifesta��es, que come�aram como um movimento contra o aumento da tarifa de �nibus nas principais cidades do pa�s, rapidamente encamparam temas como o combate � corrup��o e rep�dio aos gastos do governo com a realiza��o da Copa do Mundo. Apesar de os protestos serem na maioria pac�ficos, em muitas cidades houve confrontos com a pol�cia e depreda��es.

Antes da competi��o, os preparativos de seguran�a do governo diziam respeito principalmente a combate ao terrorismo, com foco em amea�as externas, prote��o de portos, aeroportos e fronteiras. Diante dos acontecimentos, o policiamento no entorno dos est�dios precisou ser refor�ado de �ltima hora para proteger os est�dios e torcedores antes das partidas.

"� luz dos acontecimentos e dos eventos que v�o acontecer, a pol�cia deveria ter aumentado seu card�pio de estrat�gias para enfrentar essas situa��es", disse � Reuters o especialista em an�lise de risco Moacyr Duarte, pesquisador da Coppe/UFRJ.

"Voc� pode aprender a controlar melhor os conflitos de rua com o que faz a pol�cia em outras partes do mundo mais acostumadas a viver esse tipo de inquieta��o", acrescentou.

As seis arenas da Copa das Confedera��es, constru�das ou reformadas ao custo de cerca de 4,8 bilh�es de reais, foram alvo de manifesta��es em dias de jogos. O torneio acontece neste m�s como principal ensaio para o Mundial do ano que vem e abre um calend�rio de grandes eventos que tem ainda a visita do papa Francisco, no pr�ximo m�s, e os Jogos Ol�mpicos de 2016.

Cenas de conflitos entre manifestantes e policiais no entorno das arenas ocuparam o espa�o no Brasil e no mundo que os organizadores esperavam que fosse dedicado � alegria dos torcedores.

"Queremos hospitais padr�es Fifa" e "Da Copa eu abro m�o, quero � investimento em sa�de e educa��o" eram algumas das frases escritas nos cartazes levados �s ruas e para dentro dos est�dios, questionando o legado propagado pela Fifa e pelo governo pela realiza��o da Copa do Mundo, que ter� custo estimado pelo governo de 33 bilh�es de reais.

"S�o espet�culos esportivos, ou arenas-show? O quanto se gasta realmente com o futebol e o quanto se gasta para manter esse show?", questionou Duarte.

Em Salvador, onde a sele��o brasileira enfrenta a It�lia no s�bado, ao menos dois �nibus comuns foram incendiados por manifestantes e dois micro-�nibus a servi�o da Fifa foram alvo de pedradas na quinta-feira, pouco antes da partida Uruguai x Nig�ria, o primeiro jogo do torneio realizado na capital baiana.

Torcedores que seguiam para a partida na Arena Fonte Nova se viram no meio do confronto, alguns precisando fugir das bombas de efeito moral disparadas pela pol�cia. Problemas semelhantes tamb�m ocorreram em jogos em Bras�lia, Belo Horizonte, Fortaleza e no Rio de Janeiro.

"Nem a Fifa, nem o comit� organizador local, nem a m�dia, ningu�m estava esperando", reconheceu o porta-voz da Fifa, Peeka Odriozola, ao ser perguntado sobre os protestos durante entrevista coletiva no est�dio do Maracan�, nesta sexta-feira.

TEND�NCIA DE DIMINUI��O

A Fifa se viu obrigada a desmentir nesta sexta-feira especula��es de que a competi��o poderia ser suspensa e que a entidade estaria at� considerando retirar a Copa de 2014 do Brasil. Principalmente por problemas econ�micos, mas tamb�m em consequ�ncia da viol�ncia, a Copa do Mundo de 1986 precisou ser transferida da Col�mbia para o M�xico.

"Em nenhum momento, repito, em nenhum momento, a Fifa, o Comit� Organizador Local ou o governo federal discutiram ou consideraram cancelar a Copa das Confedera��es", disse o porta-voz da entidade.

"Estamos em contato constante com todos os envolvidos, incluindo os times, para mant�-los atualizados", disse, acrescentando que n�o receberam "nenhum pedido para sair de nenhum time".

De acordo com Moacyr Duarte, o especialista em an�lise de risco, dificilmente os protestos ter�o f�lego para prosseguir at� o Mundial. "Simplesmente ficar convocando as pessoas para ir �s ruas sem uma pauta espec�fica, a tend�ncia estat�stica e hist�rica � de que o movimento diminua", disse.

"A aten��o que a gente vai ter que ter � a mesma que a gente j� estava se preparando para os eventos, mas n�o como consequ�ncia do que est� acontecendo hoje."

NO RESTO, POUCOS PROBLEMAS

Se agora precisam lidar com um problema totalmente inesperado em meio � competi��o, os organizadores ao menos podem comemorar o bom funcionamento da maioria dos servi�os relacionados � Copa das Confedera��es. Filas nos est�dios e na retirada dos ingressos, e problemas no transporte p�blico em Recife, foram as �nicas queixas apresentadas pelos torcedores at� o momento.

Com quase metade da competi��o disputada, os aeroportos t�m suportado os voos de torcedores e da m�dia entre as seis cidades-sede, e os est�dios acabaram ficando prontos e foram aprovados nas partidas.

Deve ser considerado, no entanto, que apenas 3 por cento dos quase 800 mil ingressos vendidos para o torneio foram comprados por moradores do exterior, o que alivia o tr�fego nos aeroportos se comparado com o que se espera para a Copa do Mundo, entre 600 mil e 1 milh�o de turistas estrangeiros.

Em termos de seguran�a, houve uma den�ncia de furto dentro de alguns quartos do hotel em que a sele��o espanhola ficou hospedada em Recife.

Fonte: esportes.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir