Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 22-06-2013

Brasil joga em meio a rumores e temor de confrontos em Salvador
Brasil entra em campo neste s�bado para enfrentar a It�lia, na Arena Fonte Nova, procurando manter dist�ncia do ambiente do lado de fora, onde s�o esperados novos protestos contra os gastos p�blicos para a realiza��o da Copa do Mundo do ano que vem.
Brasil joga em meio a rumores e temor de confrontos em Salvador
Foto: www.bbc.co.uk

O jogo deste s�bado, pela terceira rodada da Copa das Confedera��es, vale a disputa pelo primeiro lugar no grupo A do torneio, que garantir� em teoria um advers�rio mais fraco nas semifinais. A Copa das Confedera��es, com oito equipes, � uma esp�cie de "ensaio" para a Copa do Mundo do ano que vem, no Brasil.

Os protestos nos arredores dos est�dios v�m marcando os jogos da Copa das Confedera��es. Na noite de quinta-feira, durante o jogo entre Nig�ria e Uruguai, tamb�m na Fonte Nova, Salvador viveu um dos protestos mais violentos at� aqui, que inclu�ram o apedrejamento de dois �nibus da Fifa e de um hotel onde est�o membros da entidade.

Diante do temor de mais dist�rbios, a Fifa correu para desmentir, nesta sexta-feira, os rumores de que estaria pensando na possibilidade de cancelamento da Copa das Confedera��es ou da transfer�ncia dos jogos das semifinais e finais para outro local.

"N�s apoiamos e reconhecemos o direito de livre manifesta��o e de protestar pacificamente e condenamos qualquer forma de viol�ncia", disse comunicado da entidade. "Em nenhum momento a Fifa, o Comit� Organizador Local (COL) ou o governo federal discutiram ou consideraram cancelar a Copa das Confedera��es", complementa o texto.

It�lia
Membros da comiss�o t�cnica e jogadores da It�lia tamb�m negaram as informa��es de que teriam manifestado a inten��o de deixar a competi��o por temor � viol�ncia dos protestos. Apesar disso, a equipe italiana, que antes dos jogos anteriores, no Rio de Janeiro e no Recife, foi vista e fotografada passeando pelas cidades, recebeu ordens de evitar sair �s ruas em Salvador.

"N�o nos passa pela cabe�a voltar para casa", afirmou o treinador italiano, Cesare Prandelli, durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira. "No Rio e em Recife pudemos sair sem problemas, mas a situa��o mudou e aqui nos proibiram de sair do hotel, por precau��o", disse.

Prandelli disse n�o se preocupar com os protestos, desde que eles sejam pac�ficos. "Se as manifesta��es forem pac�ficas, para fomentar melhorias no pa�s, tudo bem, mas estamos preocupados porque com tanta gente � dif�cil controlar quem n�o se comporta de maneira civilizada", afirmou.

Apesar das ordens para o enclausuramento da sele��o, o atacante Balotelli foi visto caminhando pelas ruas de Salvador na manh� desta sexta-feira. Questionado sobre isso, o t�cnico italiano provocou um mal-estar durante a entrevista ao dizer que o jogador, que � negro, podia sair por ter "uma cor um pouco diferente da nossa".

Posteriormente, Prandelli disse que a afirma��o havia sido uma brincadeira e que Balotelli havia sa�do para visitar crian�as de uma associa��o beneficente mantida por ele na cidade. Segundo o treinador, o pr�prio atacante havia se referido ao fato de ser negro e de querer estar entre crian�as que s�o como ele.

Vaias e irrita��o
Do lado brasileiro, a sele��o tamb�m vem se mantendo isolada, seguindo ordens da Fifa, de acordo com o t�cnico Luis Felipe Scolari. Irritado pelas vaias recebidas pela sele��o por parte de um grupo de cerca de 500 torcedores que tentavam acompanhar o treinamento da equipe na tarde desta sexta-feira no est�dio Pitua�u, Felip�o criticou a decis�o da entidade.

"Fomos repreendidos severamente pela Fifa por termos aberto ao p�blico um treino em Fortaleza", comentou. "� uma situa��o que n�o compete � sele��o e � CBF. Digo novamente a todas as pessoas, n�s n�o vamos mais abrir o treino porque n�o � permitido", afirmou.

A preocupa��o de Felip�o em culpar a Fifa pelo isolamento da sele��o se explica por conta dos esfor�os que vem fazendo, desde o in�cio da competi��o, para angariar apoio do p�blico ao time, que vinha sendo vaiado nos amistosos que realizou no pa�s nos �ltimos meses.

Nos dois primeiros jogos, a torcida presente aos est�dios Man� Garrincha, em Bras�lia, no jogo contra o Jap�o, e no Castel�o, em Fortaleza, na partida com o M�xico, corresponderam ao desejo do t�cnico. Na capital cearense, a torcida cantou o hino brasileiro at� o final, mesmo ap�s o t�rmino dos 90 segundos normalmente executados nas apresenta��es das equipes.

"Em casa"
Para Felip�o, a sele��o brasileira precisa aproveitar a vantagem de jogar em casa, com o apoio da torcida. "Os advers�rios sentem o peso de jogar com o apoio da torcida (ao time da casa)", disse.

"Quando eu jogava, muitas vezes contra outras sele��es, em outros est�dios, n�s ouv�amos o pessoal com empolga��o antes do jogo e fic�vamos assustados, olhando pro lado", comentou. "Precisamos fazer com que os advers�rios saibam que ali tem 50, 60, 70 mil pessoas torcendo com o mesmo objetivo, que � ver a sua equipe ganhar aquele jogo".

O apoio � equipe dentro dos est�dios contrasta com o clima de tens�o do lado de fora, com os protestos muitas vezes violentos. O t�cnico brasileiro voltou a evitar fazer coment�rios sobre os protestos e afirmou que seu trabalho � apenas "cuidar da sele��o".

"Todos n�s queremos nosso pa�s com justi�a e com tudo o que imaginamos, e tamb�m as pessoas que est�o no governo imaginam isso e tentam fazer isso. N�o podemos s� crucificar. Mas muitas vezes as situa��es n�o evoluem para isso", disse.

Para ele, as pessoas devem "trabalhar juntas" para que as coisas melhorem "em um, cinco, dez anos". "N�o vai ser de um dia para o outro", disse. Para Felip�o, os estrangeiros que acompanham a Copa das Confedera��es devem saber que a atual situa��o "n�o � normal".

Invencibilidade
Os protestos v�m desviando o foco do confronto deste s�bado, que tem v�rios componentes para estimular o debate futebol�stico.

O Brasil defende contra a It�lia uma invencibilidade de 31 anos. A �ltima derrota brasileira para a sele��o italiana foi na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, quando a sele��o de Tel� Santana, Zico, S�crates e Falc�o foi desclassificada depois de perder da It�lia de Paolo Rossi por 3 a 2.

Ap�s aquele jogo, foram outras seis partidas, com tr�s vit�rias da sele��o brasileira e tr�s empates. O �ltimo confronto aconteceu h� apenas tr�s meses, quando as duas equipes empataram em 2 a 2 em partida disputada em Genebra, na Su��a.

A partida deste s�bado acontece tamb�m um dia ap�s o 43� anivers�rio da conquista do tricampeonato mundial pelo Brasil, em 1970. A sele��o brasileira derrotou a It�lia por 4 a 1 na final daquela Copa do Mundo para ficar com o t�tulo, na cidade do M�xico.

Fonte: www.bbc.co.uk
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir