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A poucas horas do prazo do ultimato, cúpula militar faz reunião no Egito
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Forças armadas deram prazo para presidente e oposição atingirem acordo.
Confrontos de rua deixaram 16 mortos no país na véspera em meio à crise.
Foto: AFP A cúpula militar do Egito fazia uma reunião de emergência nesta quarta-feira (3), poucas horas depois do presidente islamita Mohamed Morsi ter negado a possibilidade de renunciar, como exigem milhares de manifestantes, afirmaram fontes ligadas ao exército.
A reunião acontece poucas horas antes do fim do ultimato de 48 horas que o exército deu na segunda-feira, até as 16h30 locais (11h30 de Brasília), para que Morsi "atenda às reivindicações do povo" e chegue a um consenso com a oposição.
O exército informou que vai divulgar um comunicado na hora que o ultimato expirar.
Fontes militares também relataram encontros entre chefes militares e o diplomata Mohammed EBaradei, representante da oposição, além de líderes religiosos.
Mortes
Em meio à crise política, confrontos entre apoiadores do presidente, oposicionistas e forças de segurança deixaram 16 mortos e mais de 200 feridos entre terça e quarta, segundo as agências Reuters e a AFP, que citam a TV local e o Ministério da Saúde.
Os confrontos se acirraram após um pronunciamento do presidente reiterando sua legitimidade, sob o argumento de foi eleito democraticamente.
O Exército do Egito declarou que está pronto para "sacrificar o sangue" pelo Egito e pelo seu povo "para defendê-los contra qualquer terrorista".
A declaração foi publicada na página do Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF) no Facebook, segundo a agência de notícias Reuters, três horas após o presidente Morsi aparecer na TV estatal defendendo seu governo.
Milhares de muçulmanos se reuniram na praça em frente à Universidade do Egito para pedir a revogação do ultimato.
Nos últimos dias, protestos levaram milhões de pessoas às ruas contra o presidente, eleito após a revolução que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak em 2011.
Após o discurso de Morsi, um porta-voz do grupo opositor Frente da Salvação Nacional disse que a fala do presidente é vista como uma "declaração de guerra civil", já que ele ignorou as demandas da oposição, que pedia sua renúncia.
Na TV, Morsi disse que as eleições que o elegeram foram livres e representativas. "Não deixem eles roubarem a revolução de vocês", falou ele em um claro recado aos seus apoiadores.
Mais cedo, Morsi havia pedido que as forças armadas retirem o "ultimato", dado na véspera, para que ele divida o poder com a oposição, e disse que não vai receber ordens. Em seu discurso, ele disse que está tentando fazer com que o Exército volte a realizar suas tarefas normais e que seu primeiro ano de governo foi difícil, pois enfrentou desafios de reminiscências corruptas do "antigo regime". A "legitimidade" é "a única garantia contra o derramamento de sangue", acrescentou.
"O presidente Mohamed Morsi garante sua fidelidade à legitimidade constitucional e rejeita qualquer tentativa de desviar dela, e pede às forças armadas que retirem seu alerta, e se recusa a receber ordens internamente ou externamente", disse o Twitter oficial da presidência.
Uma fonte militar disse à agência de notícias Reuters que as forças armadas iriam responder.
As mortes desta terça ocorreram no distrito de Giza e também deixaram dezenas de feridos, alguns em estado grave, em meio à crise política que paralisa o país e que levou multidões às ruas das principais cidades. Tumultos também eclodiram em outros bairros da periferia do Cairo e na província de Beheira.
Fonte: g1.globo.com
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Por:
Maratimba.com |
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