Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-07-2013

Chapa de oposição do Sindicato dos Motoristas de SP bloqueia terminais
Pelo menos 15 terminais de ônibus estão paralisados, segundo a SPTrans. Coletivos param do lado de fora para não interromper serviço.
Chapa de oposição do Sindicato dos Motoristas de SP bloqueia terminais
Foto: g1.globo.com

Motoristas e cobradores de ônibus de uma chapa de oposição à atual presidência do Sindicato dos Motoristas de São Paulo realizavam uma manifestação que bloqueava pelo menos 15 terminais de ônibus por volta das 9h50 desta quarta-feira (10). Segundo a SPTrans, apesar dos transtornos, a manifestação não interrompia o funcionamento das linhas, já que os ônibus realizavam o embarque e desembarque de passageiros do lado de fora dos terminais.

De acordo com a SPTrans, das 1.340 linhas de ônibus que circulam em São Paulo, cerca de 400 são afetadas pelos bloqueios – o que equivale a quase 30%. Ainda não havia informações sobre quantos passageiros são prejudicados pelos protestos. Às 9h50, os manifestantes impediam a entrada e a saída de coletivos nos seguintes terminais:

- Parque Dom Pedro, no Centro
- Santo Amaro, na Zona Sul
- Santana, na Zona Norte
- Capelinha, na Zona Sul
- Campo Limpo, na Zona Sul
- Grajaú, na Zona Sul
- Varginha, na Zona Sul
- João Dias, na Zona Sul
- Lapa, na Zona Oeste
- Pirituba, na Zona Norte
- Cachoeirinha, na Zona Norte
- Vila Prudente, na Zona Leste
- Casa Verde, na Zona Norte
- Mercado, no Centro
- Princesa Isabel, no Centro

Segundo o Metrô, que também opera o Terminal Santana, os trens funcionavam normalmente nesta manhã - os bloqueios ocorriam apenas no embarque e desembarque dos ônibus. Segundo a SPTrans, São Paulo tem ao todo 28 terminais municipais e um intermunicipal.

O Terminal Sacomã também é afetado, já que os ônibus do Expresso Tiradentes que estão parados no Terminal Mercado, bloqueado pelos manifestantes, não conseguem completar o trajeto.

O bloqueio dos acessos aos terminais acontece na véspera do início da eleição do sindicato, em plena campanha eleitoral - o Sindicato dos Motoristas de São Paulo entra em eleição a partir desta quinta-feira (11). Os manifestantes cobram transparência no processo eleitoral e a mudança da lei 13.207, que garante a presença dos cobradores nos ônibus.

Segundo Ronaldo Moraes, que faz parte da chapa de oposição que disputa a presidência do sindicato, a comissão eleitoral, imposta pela presidência atual, já entregou três listagens com o número de votantes - a primeira com 22 mil, a segunda com 26 mil e a terceira com 29 mil nomes. Moraes afirma que o sindicato conta com 35 mil contribuintes aptos a votar.

Além disso, segundo Moraes, a comissão eleitoral ainda não definiu os horários que as urnas serão levadas para as seções eleitorais nas garagens - as urnas têm que estar nos locais de votação até a meia-noite, segundo ele. "Não queremos prejudicar a população, queremos chamar a atenção para a falta de transparência do processo eleitoral", disse, cobrando transparência.

Ninguém foi localizado pelo G1 no Sindicato dos Motoristas de São Paulo até as 9h50 para comentar o assunto. O sindicato convocou uma entrevista coletiva para comentar o assunto, a partir das 10h30.

Em entrevista à Rádio CBN, o secretário dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, criticou o bloqueio dos terminais. "Um absurdo você parar um terminal, uma linha de ônibus em função de uma disputa sindical".

A SPTrans informou que a Secretaria Municipal de Transportes já acionou a Polícia Militar para garantir a segurança dos passageiros e desbloquear os terminais. A GCM, segundo a SPTrans, está nos terminais para preservar o patrimônio público.

No dia 2 deste mês, os apoiadores da chapa de oposição à presidência do Sindicato dos Motoristas de São Paulo bloquearam três terminais de ônibus e fizeram um protesto até a Câmara Municipal. Ele chegaram a paralisar a operação no Terminal Dom Pedro durante a manhã e bloquearam alguns acessos dos terminais Bandeira e Mercado.

Espera
No Terminal João Dias, os passageiros parados na plataforma são orientados a usar o Metrô. Segundo funcionáriois do local, a paralisação começou por volta das 8h. A aposentada Janete Rossi, de 74 anos, esperava há cerca de uma hora por um ônibus. Ela deveria seguir para Santo Amaro, onde precisa pagar o seu aluguel. "Para mim, essa paralisação estava prevista para amanhã", disse ao G1.

Mesmo fora do horário de pico, passageiros enfrentam filas nos terminais paralisados nesta manhã. Não há previsão para que a circulação seja normalizada.

Nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro, na região central de São Paulo, funcionários da SPTrans orientam os motoristas de ônibus a desviar o trajeto original para evitar passar pelo terminal. No serviço de som das plataformas, era informado por volta das 9h50 que o terminal estava "temporariamente fechado".

A manicure Nete Silva, de 41 anos, e a auxiliar de limpeza Maria das graça da Silva, de 51 anos, moram na região da Estrada de Itapecerica, na Zona Sul, e, às 9h45, aguardavam há mais de uma hora por um coletivo no Terminal João dias. "Chegamos na hora que o terminal parou de funcionar. Isso é péssimo. Eles fazem manifestação sem avisar e a gente não consegue chegar no trabalho", disse a manicure, que trabalha em Moema, também na Zona Sul

Interdições
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), há interdições no trânsito nas proximidades dos terminais de ônibus da capital que estão bloqueados pelos sindicalistas. A companhia informa que há lentidão por aproximação nas vias de acesso aos terminais João Dias, Campo Limpo e Parque Dom Pedro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir