Categoria Policia  Noticia Atualizada em 17-07-2013

Investigador foragido após operação do MP se entrega à Polícia Civil de SP
Gilson dos Santos é suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas. Operação prendeu outros sete policiais civis na capital.
Investigador foragido após operação do MP se entrega à Polícia Civil de SP
Foto: g1.globo.com

O investigador Gilson Iwamizu dos Santos, procurado desde segunda-feira (15) pela operação que prendeu policiais civis por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas em São Paulo, se entregou na manhã desta quarta (17), na sede da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, como mostrou o SPTV. Santos trabalhava na terceira Delegacia Especial de Apoio (Deap), do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

O policial chegou no carro de seu advogado e entrou pela garagem do prédio da Corregedoria. A Justiça havia decretado a prisão do investigador e de mais dez policiais e dois delegados do Denarc a pedido do Ministério Público. Eles são acusados de extorsão, corrupção, proteção de traficantes e vazamento de informações.

No total, oito policiais civis já foram presos. Outros cinco ainda são procurados: Daniel Dreyer Bazzan, Danilo da Silva Nascimento, Jandre Gomes Lopes de Souza, Leonel Rodrigues Santos e Silvio Cesar de Carvalho Videira.

Os policiais teriam sido avisados da operação feita em conjunto entre o Ministério Público Estadual e a Corregedoria e fugiram. Informações sobre o paradeiro deles podem ser fornecidas pelo telefone 181 - Disque Denúncia.

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Os policiais são investigados pela Promotoria por suspeita de vender e vazar informações privilegiadas de operações de combate ao tráfico para criminosos ligados à facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas. Pelo esquema, teriam recebido mais de R$ 500 mil por ano como propina para evitar a prisão dos bandidos. De acordo com a investigação, quando o pagamento atrasava, os policiais achacavam ou sequestravam os traficantes e seus familiares.

No total, estão detidos temporariamente na sede da Corregedoria da Polícia Civil, no Centro de São Paulo, dois delegados e cinco investigadores. Eles trabalham ou trabalharam no Denarc, no Bom Retiro, região central da cidade. Contra esses policiais são apurados os crimes de roubo, extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e tortura. O prazo para expirar as prisões temporárias variam de cinco a trinta dias.

Delegado preso

Entre os sete policiais detidos está o delegado Clemente Castilho Júnior, supervisor da Unidade de Inteligência do Denarc e também membro da agência integrada de inteligência dos governos estadual e federal para combater a onda de violência que ocorreu em São Paulo nos últimos meses. Ele e outro delegado do departamento são suspeitos de ter vazado informações a criminosos que poderiam comprometer a investigação da Promotoria.

O advogado de Castilho Júnior, João Batista Augusto Júnior, não foi encontrado para comentar o assunto. Na quarta, ele declarou à equipe de reportagem que seu cliente é inocente das acusações feitas pelo MP e, por esse motivo, iria pedir à Justiça que ele fosse solto.

A operação conjunta para prender os policiais investigados foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e pela Secretaria da Segurança Pública.

Ainda na quarta, um suposto traficante foi preso pela polícia em Serrana, interior, suspeito de fazer ameaças de morte contra promotores do Gaeco de Campinas que investigam a relação entre os policiais e criminosos. Flaviano de Lima Oliveira, de 36 anos, teria sido transferido para um centro de detenção provisória de Ribeirão Preto. Aos jornalistas que acompanharam sua prisão, ele falou que iria se pronunciar sobre a acusação somente à Justiça.

Traficante extorquido
A operação do Gaeco de Campinas para prender policiais civis começou em outubro de 2012, quando os promotores investigavam traficantes da região e passaram a suspeitar do envolvimento de agentes de segurança com os criminosos. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça teriam flagrado Oliveira conversando com o detento Wanderson de Paula Lima, o Andinho, sobre os problemas do tráfico devido à cobrança de propina pelos policiais. As gravações ainda não foram disponibilizadas à imprensa.

Andinho teria usado telefone celular dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior, onde está preso desde 2002, condenado a mais de 400 anos de reclusão.

Entre os crimes atribuídos a Andinho estão a participação no assassinato do ex-prefeito de Campinas Toninho do PT, em 2001, sequestros e tráfico. Ele é apontado como integrante da faccção que atua a partir dos presídios.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir