Alexsandro Ishisato de Azevedo foi encontrado em Bragança Paulista (SP). Ele foi indiciado por matar estudante em manifestação em 20 de junho.
Foto: g1.globo.com O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, indiciado por atropelar e matar um estudante durante um protesto no último dia 20 de junho, em Ribeirão Preto (SP), foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em uma chácara em Bragança Paulista (SP). A informação foi confirmada pelo investigador Signei Morais, da equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão.
Por telefone, o delegado Udelson Canova Simionato explicou que Azevedo estava escondido em uma chácara onde funciona uma clínica para a recuperação de dependentes químicos. Desde segunda-feira (15), uma equipe da DIG investigava o local, após receber uma denúncia anônima. O empresário foi preso por volta de 9h e, segundo Simionato, não esboçou nenhum tipo de reação. Um carro importado, utilizado por Azevedo, também foi apreendido.
Azevedo estava desaparecido desde a noite do crime, quando atropelou e matou o estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, que participava da manifestação. Outras 12 pessoas ficaram feridas - três delas ainda se recuperam dos ferimentos. O empresário fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. O veículo modelo SUV foi apreendido na casa dele, em um condomínio de luxo na Zona Sul de Ribeirão.
Um jovem que participava do protesto filmou a confusão. As imagens mostram o carro do empresário parando diante dos manifestantes, que pedem para que ele recue. Depois de uma discussão, Azevedo engata a ré e passa a ser ofendido por algumas pessoas. Nesse momento, ele acelera o veículo e avança sobre o grupo que estava no meio da rua.
Em depoimento à polícia, o funcionário de um supermercado onde Azevedo estava alegou que todos os clientes da loja foram orientados a deixar o local pelo acesso de entrada – na Avenida Professor João Fiúsa –, já que o tráfego pela saída – na Avenida José Adolfo Bianco Molina – ficou prejudicado pela concentração de pessoas que participavam da passeata. Azevedo, no entanto, teria ignorado o aviso.
Também em depoimento, uma irmã de Azevedo confessou que o ajudou a fugir, sem saber do envolvimento dele no crime. A mulher teria relatado que levou o irmão da casa onde morava até à rotatória Waldo Adalberto da Silveira, principal acesso à cidade pela Rodovia Anhanguera. A partir daí, outra pessoa teria resgatado o empresário.
Neste momento, Azevedo está sendo apresentado em uma delegacia de Bragança Paulista, mas será transferido para Ribeirão Preto, onde prestará depoimento e passará por exame de corpo de delito. Na conclusão do inquérito - encaminhado ao Fórum de Ribeirão Preto na última segunda-feira (15) -, o delegado Paulo Henrique Martins, responsável pelo caso, afirmou que Azevedo jogou o carro de propósito contra os manifestantes.
O empresário foi indiciado por quatro tentativas de homicídio doloso - quando há intenção de matar -, lesão corporal, fuga do local do crime e omissão de socorro. Como o pedido de prisão temporária, aceito pela Justiça em 22 de junho, ainda está vigorando, Azevedo deve permanecer preso até o julgamento.
Fonte: g1.globo.com
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