Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 30-07-2013

CRER OU NíO CRER, EIS A QUESTíO
O Brasil está vivendo um momento de grande euforia religiosa. O líder da Igreja Católica – Papa Francisco - encerrou no domingo último , no Rio, o megaevento denominado Jornada Mundial da Juventude.
CRER OU NíO CRER, EIS A QUESTíO

Olhando pela ótica apenas religiosa, o ponto alto da Jornada foi a vigília, realizada em Copacabana, no sábado, contabilizando uma presença de mais de três milhões de peregrinos. Eles vieram de várias partes do Brasil e do mundo. Vieram para participar. Vieram para ver de perto o Papa, num evento de sete dias de duração. Uma festa marcada pela emoção, pela beleza!

Lembrei-me de um registro de João, no quarto Evangelho. No relato de uma das festas dos judeus – a Páscoa - ele destaca a multidão que subiu a Jerusalém para participar dos festejos. Dentre esses "peregrinos" vieram também alguns gregos (João 12. 20ss). Poderia até ser algo corriqueiro. Entretanto, o que chama a atenção é que eles procuraram um dos discípulos e não esconderam a real intenção de estarem ali: "Queremos ver Jesus". Essa expressão levou-me a fazer algumas considerações.

Primeiro. Estariam os gregos em busca de uma entrevista exclusiva? Penso que não. Eles queriam um encontro com alguém que fazia maravilhas, essa era a verdade. Jesus estava no auge do seu ministério. Certamente aqueles peregrinos tinham ouvido falar do fato registrado no capítulo nove desse mesmo evangelista. Ali, Jesus curara um cego de nascença, na base do cuspe, por assim dizer. Cuspindo na terra, faz um lodo, unta os olhos do cego e ordena-lhe lavar os olhos no Tanque de Siloé. E o cego foi, lavou-se e voltou curado da sua cegueira. Seu testemunho foi conciso diante dos judeus inconformados com o acontecido: - Não me perguntem quem é Ele; eu não sei. "Só sei que eu era cego e agora vejo!" Foi esse "Milagreiro" que trouxe os gregos a Jerusalém.

Penso, também, que os gregos queriam ter um encontro com alguém que demonstrava saber o caminho para chegar ao céu. Poderia ser que as concepções cosmológicas divulgadas através da sua cultura, não os estivessem satisfazendo plenamente. E Jesus, no capítulo dez deste mesmo livro, discorre com clareza a respeito do Pai como dono das ovelhas, sendo Ele o verdadeiro Pastor. Os que são de Deus ouvem a sua voz, disse Ele (v. 4). Além de ser o Bom Pastor ele se coloca como a própria porta pela qual as ovelhas adentram à presença do Pai. A medida certa para os gregos: tão ricos de imaginação, mas espiritualmente infrutíferos. Os deuses de sua rica Mitologia povoam o Olimpo. Entretanto, Jesus tinha uma concepção diferente de todo aquele aparato mitológico. E era isso que os atraía.

Outra consideração a ser feita é que esses gregos queriam um encontro com alguém que pudesse lhes dar verdadeira esperança. Quando Jesus recebeu o recado, ele não abriu precedente para entrevista. Sua resposta foi esclarecer, com detalhes, o propósito da sua missão. (v.24 a 29). Ele proferiu a mensagem adequada para o momento: Ele assinala que veio para morrer e ressuscitar (24). Ele declara que a verdadeira vida é aquela que glorifica a Deus (v. 25). Ele coloca-se como autorizado a fazer dos seus seguidores pessoas que são honradas pelo próprio Deus. E em meio a todas essas verdades expostas o que aconteceu? João registra que do céu ouviu-se uma misteriosa voz. Alguns circunstantes pensaram em trovão. Outros diziam ter sido a voz de um anjo. (v. 28 e 29). O que ficou claro aos peregrinos e mui especialmente aos gregos ali presentes é que a única esperança para a humanidade estava ali, diante de seus olhos e com a chancela do Todo-Poderoso. Crer ou não crer, eis a questão!

Por fim, os gregos quiseram ver a Jesus e poderiam fazê-lo. Eram seus contemporâneos. A maravilha é que Jesus, num rasgo profético, abre a sua boca e proclama: "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim". É isso. Não só gregos, mas todos, em qualquer tempo e em qualquer lugar necessitam ir ao Cristo ressuscitado, se desejam verdadeiramente chegar ao Pai.

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir